Economia

Copel vai financiar projetos que promovem economia de energia
15-11-2006 11:20

A Copel vai divulgar a partir desta quinta-feira (16) em seu endereço eletrônico na internet (www.copel.com) o edital de chamada pública para seleção de projetos do Paraná que tenham por objetivo promover o uso racional e eficiente de energia elétrica em instalações industriais, comerciais ou dos poderes públicos.

Os projetos inscritos serão avaliados pela Copel e submetidos à homologação da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, candidatando-se a receber recursos da Copel para que sejam implantados.

Ações desse tipo são decorrência do compromisso que todas as distribuidoras de energia elétrica assumiram com a Aneel de destinar uma fração de suas receitas ao financiamento de medidas para aumentar a eficiência no uso da eletricidade e reduzir desperdícios. Podem se candidatar clientes industriais, comerciais e poderes públicos que cumpram os requisitos regulamentares estabelecidos pela Aneel e Copel.

Os projetos aprovados e homologados irão integrar o Programa de Eficiência Energética da estatal que será desenvolvido a partir do ano que vem.

Existem nove projetos em andamento no Paraná que fazem parte do ciclo anterior desse programa, para os quais a Copel está destinando recursos da ordem de R$ 1,6 milhão. A estimativa é de que os usuários obtenham com esses programas redução de 4 mil MWh ao ano no seu consumo de eletricidade.

Seminário - O anúncio de lançamento do edital foi feito pelo gerente do Departamento de Utilização de Energia da Copel, Jamilton Watanabe Lobo, durante o Seminário de Eficiência Energética nas Indústrias encerrado ontem (terça) no auditório do Cietep, em Curitiba.

O evento reuniu por dois dias mais de 250 técnicos e gerentes das áreas de produção e insumos de consumidores industriais da Copel, além de profissionais e estudantes com interesse em conservação de energia. O objetivo do seminário, realizado em parceria com a Federação das Industrias do Paraná, foi divulgar os mecanismos e as tecnologias disponíveis para obter o máximo rendimento de cada quilowatt-hora consumido, reduzindo os custos de produção nas empresas e, conseqüentemente, aumentando sua produtividade e competitividade.

Como exemplo de iniciativa de sucesso nessa área, a Copel trouxe ao evento o caso da Sadia, que executou na sua unidade industrial em Ponta Grossa um programa custeado pela estatal para aumentar sua eficiência no uso da eletricidade. As medidas adotadas deram excelentes resultados, a ponto de merecerem reconhecimento nacional recebendo o Prêmio Procel de Conservação de Energia em 2005.

Legislação - Desde outubro de 2001, o Brasil tem uma Lei de Eficientização Energética que orienta as diretrizes e políticas nacionais voltadas a reprimir o gasto improdutivo e desnecessário de energia elétrica. Ela estabelece níveis máximos de consumo ou níveis mínimos aceitáveis de eficiência para máquinas e aparelhos fabricados e comercializados no país, tais como geladeiras, condicionadores de ar, congeladores, motores elétricos trifásicos e lâmpadas fluorescentes compactas.

Quando o comitê técnico define quais sejam os níveis aceitáveis, os fabricantes têm um ano para promover a adequação do seu produto. A partir dessa determinação, os centros de pesquisa, universidades e indústrias passaram a dedicar mais esforços e investimento na pesquisa e desenvolvimento de produtos, pois os que não conseguem satisfazer aos parâmetros de eficiência exigidos são retirados do mercado. “A empresa que não investe em eficientização está fadada a desaparecer do mapa”, afirma o professor Jamil Haddad, da Universidade Federal de Itajubá (Minas Gerais), que apresentou e detalhou a lei para os participantes do seminário.

Baixa Renda - Já o superintendente de regulação e comercialização de eletricidade na Aneel, Ricardo Vidinich, destacou que no mínimo 50% dos recursos destinados pelas concessionárias a projetos de eficientização energética devem financiar projetos voltados à população de baixa renda — que consomem até 80 KWh por mês.

Esse foco tem uma explicação: orientando as famílias de baixa renda a não desperdiçar energia, elas passarão a receber faturas mais baixas, reduzindo a inadimplência e o furto de energia. Segundo Vidinich, o furto de energia elétrica retira do setor elétrico cerca de R$ 5 bilhões por ano: “O Programa de Eficiência Energética ajuda a reduzir essa conta, já que o furto está concentrado em áreas de baixa renda: há favelas no Rio de Janeiro onde 70% das ligações são clandestinas”, disse o superintendente da Aneel.

Segundo Jamilton Watanabe Lobo, a Copel assume para si os projetos de eficientização direcionados a clientes de baixa renda para garantir que o maior número deles seja atingido, pois a Companhia é a mais indicada para tal função. “Para orientar as famílias de baixa renda, utilizamos pessoal e estrutura próprios e conseguimos chegar a todas as regiões do Estado”, afirma o gerente.

Unidade móvel - Os participantes do seminário também puderam conhecer a Unidade Móvel de Eficiência Energética da Copel, que foi levada ao Cietep. Trata-se de um veículo tipo van adaptado e equipado para ensinar às crianças, com clareza e simplicidade, noções práticas sobre como evitar o desperdício de eletricidade dentro de casa.

Com um projeto pedagógico específico, essa unidade móvel é levada a escolas de todo o Estado, mas a curiosidade que desperta acaba servindo a públicos de todas as idades. Uma tenda montada ao lado do veículo vira sala de aula, com projetor de vídeo e vários experimentos que vão ajudar crianças e adultos a entenderem o que é a energia elétrica e como ela pode ser gerada. Para ajudar na conscientização, até um robô falante feito de material reciclado dá dicas e sugestões de uso eficiente.

Depois das primeiras orientações do lado de fora, os grupos são convidados a entrar no veículo e acompanhar em simuladores e painéis interativos o caminho percorrido pela eletricidade, desde as usinas geradoras até chegar na casa dos consumidores. Segundo a coordenadora do projeto das unidades móveis, Ana Maria Battaglin, o objetivo da Copel “é ensinar como usar a energia elétrica de forma eficiente, preservando a natureza e sem perder o conforto nem os benefícios que ela traz”.

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