Economia

Emprego formal no PR cresce 30% em quatro anos, diz IBGE
15-09-2007 10:51


O número de trabalhadores com carteira assinada no Paraná cresceu quase 30% em quatro anos, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007 (PNAD), divulgada sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento indica que 2,2 milhões de pessoas trabalhavam com registro formal no Estado em 2006, 29,5% a mais que os 1,7 milhão de empregados formais contados registrados em 2002.

O chefe da unidade do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, credita parte do bom resultado no aumento dos empregos formais aos 22 arranjos produtivos locais paranaenses, que atualmente geram mais de 66 mil empregos.

“Eles contratam, na maioria das vezes com carteira assinada, e ajudaram a descentralizar a geração de postos de trabalho. Essa percepção é reforçada pelos dados preliminares do Censo 2007, que mostram uma redução acentuada na migração de paranaenses do interior em direção à Região Metropolitana de Curitiba, um fenômeno que marcou a década de 1990”, afirma Santos.

EMPREGOS — A População Economicamente Ativa (PEA) paranaense atingiu 5,8 milhões de pessoas no ano passado — o equivalente a quase dois terços dos 10,4 milhões de habitantes do Estado. A participação das mulheres na força de trabalho subiu — elas eram 44,6% da PEA em 2006, ante 43,5% em 2002.

Em quatro anos, aumentou a taxa de paranaenses empregados (eles eram 55,4% do total em 2006, ante 53,4% em 2002), de empregados com carteira assinada (35,5% a 33,1%), de militares e servidores públicos estatutários (6% a 4,9%). Por outro lado, a taxa de empregados domésticos caiu (7,1% em 2006 ante 7,9% em 2002), embora entre eles tenha caído a taxa de trabalhadores com carteira assinada (1,9% a 2,1%).

A taxa de trabalhadores paranaenses que exercem atividades autônomas teve ligeira queda (20,2% em 2006 ante 20,7% em 2002). A proporção de empregadores, por outro lado, aumentou (5,3% a 4,7%). O aumento no número de empregos informais no Paraná foi discreto — eles saltaram de 100 mil para 118 mil entre 2005 e 2006. A taxa de desocupação caiu 3% no Paraná em 2006 (6,5% da PEA), em comparação ao ano anterior (6,7%).

O setor de serviços emprega a maior parte da mão-de-obra ocupada no Paraná — 41,5%. Em seguida, estão agricultura (19,3%), comércio (17,6%), indústria (14,8%) e construção (6,5%). “Em relação a 2005, percebemos em 2006 a perda de 6 mil empregos na agricultura. Em compensação, a construção civil e o setor de serviços aumentaram sua participação”, diz Santos. A queda nos postos de trabalho no campo explica-se pela estiagem que atingiu o Sul brasileiro no ano passado.

Renda média: aumento de 3,6% — A PNAD indica ainda que a renda média do trabalhador paranaense aumentou 3,6% em 2006, na comparação com o ano anterior. O IBGE afirma que os paranaenses que exercem atividades formais ou informais receberam, em média, R$ 958 no ano passado, ante R$ 925 em 2005. A renda do trabalhador do Paraná no ano passado era R$ 75 superior à média brasileira — R$ 883.

Entre os homens, o rendimento médio mensal no Paraná subiu de R$ 1.077 (2005) para R$ 1.120 (2006). Entre as mulheres, a renda média saltou de R$ 702 (2005) para R$ 724 (2006).

Trabalho infantil: taxa cai 30% — A PNAD mostra redução de 30% na taxa de trabalho infantil no Paraná. Em 2006, 11% das crianças entre 5 e 14 anos de idade trabalhavam, segundo o IBGE. A maioria delas (8,3%) estavam empregadas no setor agrícola. Há cinco anos, 14,4% dos paranaenses com 5 a 14 anos trabalhavam — 8,77% no setor agrícola. A pesquisa mostra que caiu a participação de outros setores da economia no emprego de mão-de-obra infantil.

Em 2006, o IBGE contou 14 mil crianças entre 5 e 9 anos de idade ocupadas — o equivalente a 1,6% do total. Em 2002, os paranaenses dessa faixa etária que trabalhavam correspondiam a 2% do total. O percentual de trabalhadores também caiu entre crianças de 10 a 14 anos — 9,4% delas trabalhavam em 2006, ante 12,4% em 2002.

Serviços públicos aumentam abrangência — Serviços públicos como água tratada, coleta de esgoto sanitário e energia elétrica estão ao alcance de mais paranaenses, aponta a PNAD. A rede de distribuição de água atingia 88,2% dos domicílios paranaenses em 2006, ante 86,5% no ano anterior. A coleta de esgoto por rede ou fossa séptica saltou de 68,5% (2005) para 69,7% do total de domicílios; a iluminação por energia elétrica subiu de 98,8% (2005) para 99,2% (2006) do total.

“A melhoria em todos os indicadores de serviços públicos certamente está relacionada a programas sociais do Governo do Paraná, como o Luz Fraterna, da Copel, e a Tarifa Social, da Sanepar”, acredita o chefe do IBGE no Estado. Os dois programas levam energia elétrica e água encanada de graça ou com tarifas subsidiadas a famílias carentes.

AEN
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