Economia

Faturamento de vendas internas de materiais de construção cresceu 14% em agosto
22-09-2007 10:42

Elaine Patricia Cruz e Paulo Montóia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O faturamento das vendas de materiais de construção no mercado interno teve um crescimento de 14,42% em agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e agosto de 2007, o crescimento no setor foi de 12,60%, em relação ao mesmo período em 2006. Uma das razões que explicariam esse bom desempenho foi a iniciativa do governo federal em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), afirmou hoje (21) Melvyn Fox, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

“Há 14 meses consecutivos estamos tendo crescimento sobre o mesmo mês do ano anterior. Nos últimos cinco meses, de abril até agosto, esses crescimentos entraram num patamar bastante significativo, entre 14% e 20%. Isso não é uma bolha, é um crescimento consistente e real”, disse Fox, em entrevista à Agência Brasil. Ele ressaltou que na série histórica, apesar do índice do setor só ser medido há pouco mais de três anos, o crescimento já é o maior dos últimos dez anos.

Segundo Fox, a expectativa é de que o setor continue em crescimento. “Vamos esperar o mês de setembro, mas acreditamos que podemos fechar o ano com algo em torno de 12% de crescimento. Para o ano que vem, a expectativa é muito próxima a isso. Acreditamos que vamos ficar com algo em torno de 10% ou 12% também”. Fox espera que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deva impulsionar ainda mais o setor.

“Acreditamos que no último trimestre deste ano e no decorrer do ano que vem, o PAC vai trazer um estímulo ainda maior para todo o desenvolvimento do setor de construção”, afirmou.

Apesar do crescimento interno, houve queda no faturamento da venda de materiais de construção para o mercado externo. Em comparação ao ano passado, o desempenho de agosto apresentou uma queda de 19,44%. De acordo com Fox, o setor sentiu os efeitos da valorização do real. “Hoje, as exportações para a indústria de materiais representam, em média, em torno de 10% do faturamento, o que é muito baixo. Claro que há segmentos em que isso é mais alto, mas na média é 10%. O setor ficou muito prejudicado e não só a indústria de materiais, mas as exportações como um todo acabaram se prejudicando em função dessa grande valorização do real”.

Uma outra dificuldade no setor, apontada por Fox, é a concorrência com os produtos chineses no mercado interno. “Não somos contra a concorrência da China, mas entendemos que ela deva ser uma concorrência baseada nas mesmas regras de todos. Ou seja, os produtos que vêm da China devem seguir as normas técnicas brasileiras e sofrer uma tributação que seja coerente com a tributação que os produtos nacionais também sofrem”.


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