Economia

FGV aponta que Paraná é o segundo Estado com menor número de pobres
09-10-2007 19:43

O índice de famílias com renda familiar per capita inferior a R$ 125,00 por mês no Paraná caiu de 15,69%, em 2002, para 9,79% em 2006, de acordo com dados da pesquisa “Miséria, Desigualdade e Políticas de Renda”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado coloca o Paraná como o segundo Estado brasileiro com o menor número de pessoas em situação de miséria do país. O primeiro é Santa Catarina, com 4,7% de famílias nesta situação.

Os números foram apresentados nesta terça-feira (09) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), durante a reunião semanal da Escola de Governo, realizada no Museu Oscar Niemayer, em Curitiba. Segundo a análise do Ipardes, as políticas públicas do governo estadual implantadas nos últimos quatro anos ajudaram a levar o Paraná à nova condição.

“A diminuição da pobreza no Paraná comprova que o compromisso assumido neste governo com políticas públicas voltadas aos mais pobres tem se concretizado com uma melhoria expressiva na condição de vida dos paranaenses”, afirmou o presidente do Ipardes, José Moraes Neto. “Isto demonstra que o Estado está trilhando por rumos certos. Nos próximos anos, a tendência é de que os indicadores sócio-econômicos do Estado continuem evoluindo positivamente na busca de uma sociedade menos desigual”, acrescentou.

De acordo com os dados apresentados por Moraes, no período compreendido entre 2003 e 2006, o Paraná teve um dos maiores avanços na geração de emprego e renda, na educação, na saúde e na qualidade do acesso aos serviços adequados na habitação. Ele também aponta que o Paraná está perdendo pouca população para outros Estados, teve aumento da expectativa de vida e vem apresentando queda na taxa de fecundidade.

EDUCAÇÃO – Os esforços na redução da taxa de analfabetismo no Paraná apontam que, de 2002 para 2006, o Estado conseguiu avanços percentuais mais rápidos se comparado à diminuição ocorrida na média brasileira ou na região Sul. A taxa de analfabetismo no Paraná baixou de 7,9% em 2002 para 6,5% em 2006, com redução de 1,4 ponto percentual.

Já a Região Metropolitana de Curitiba deixou de ter 4,3% de analfabetos em 2002 para 3,2% em 2006, diferença de 1,1 ponto percentual. No Brasil, não foi muito diferente. Considerados os mesmos anos de referência, houve redução no país de 1 ponto percentual e, na região Sul, 0,8 ponto.

ESCOLARIDADE - O maior aumento percentual também se deu na escolaridade média do Paraná, se comparado ao avanço da média brasileira e da região Sul, apontado pela PNAD. A população do Paraná com 10 anos de idade ou mais tinha 6,6 anos de estudo em 2002 e passou a ter 7,2 anos de estudo em 2006.

Na Região Metropolitana de Curitiba, este mesmo dado passou de 7,5 para 8,1. No Brasil, a escolaridade era de 6,2 anos de estudo em 2002 e foi para 6,8 em 2006. Já na região Sul, a evolução foi de 6,7 para 7,2 nos mesmos anos de referência.

Na taxa de freqüência à escola por faixa etária, de 2002 para 2006, houve aumento significativo na população de 0 a 6 anos, que foi de 35% para 41% e de 15 a 17 anos, que passou de 77% para 80%. As demais taxas, de 7 a 14 anos (98%), 18 a 24 anos (28%) e 25 anos e mais (5%) não tiveram alterações.

SAÚDE – O coeficiente de mortalidade infantil também diminuiu no Paraná de 2002 para 2005, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde. O número de óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos passou de 16,8 em 2002 para 14,5 em 2005. Para Moraes, o Programa do Leite, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água foram ações vitais para esta redução.

No Paraná, crianças e lactantes recebem um litro de leite gratuitamente por dia. As famílias de baixa renda com baixo consumo de energia elétrica não pagam tarifa, o que facilita a obtenção e manutenção de eletrodomésticos como geladeira ou aquecedores em regiões mais frias, e têm acesso à água tratada e rede de esgoto pagando tarifas reduzidas.

Entre as principais causas de óbitos no Paraná entre 2002 e 2005, houve uma redução de 3,2% nas doenças infecto parasitárias e nas doenças do aparelho circulatório (-1,9%). As neoplasias respondem por 6,8% das causas de óbitos e 15,2% são por motivos externos como acidentes e assassinatos.

PIB – A estimativa para a taxa real de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná para 2007 é de 4,5%, apresentando forte recuperação em relação aos três últimos anos (1,4% em 2006, 0,3% em 2005 e 3,2% em 2004). Dos principais setores que impulsionam o aumento do PIB, o Ipardes aponta o agronegócio, a indústria automobilística e o setor de serviços.

EMPREGO – Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo IBGE, mostraram que de 2002 a 2006, o Paraná teve 82,2% das pessoas ocupadas no mercado formal, sendo a maior contribuição de todos os Estados brasileiros.

Neste período houve um acréscimo de 424 mil pessoas ocupadas, com variação de 8,5%. O número total de pessoas ocupadas no Paraná em 2006 era de 5,4 milhões, ficando em quarto lugar no ranking brasileiro (atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio De Janeiro). A taxa de desemprego do Estado tem sido a menor do Brasil nos últimos anos, com poucas oscilações.

O Paraná gerou 461.107 empregos formais de janeiro de 2003 a agosto de 2007, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Deste número, 158.607 empregos foram gerados na indústria, 140.077 no setor de serviços, 122.796 no comércio, 25.452 na agropecuária, 14.157 na construção civil e 18 em setores considerados como outros na pesquisa.

“O dado que mais chama a atenção é que o maior número destes empregos está sendo gerado na indústria, já que em séries anteriores o setor de serviços e comércio eram os campeões. Isto indica qualidade nas vagas geradas, pois a indústria exige maior grau de escolaridade e oferece maiores rendimentos comparada a outros setores”, observou Moraes.

Dos 461.107 empregos formais gerados no Paraná desde 2003, 303.281 foram gerados no interior do Estado e 157.826 na Região Metropolitana de Curitiba.

HABITAÇÃO – Todos os itens que se referem à infra-estrutura adequada nos domicílios tiveram aumento nos índices do Paraná de 2002 para 2006. Os itens considerados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo IBGE são: abastecimento de água, esgoto adequado, existência de sanitário domiciliar exclusivo, coleta de lixo, energia elétrica e telefone. Destes itens, o aumento mais significativo ocorreu no esgoto adequado, cuja proporção de domicílios passou de 61% em 2002 para 70% em 2006.

POPULAÇÃO – A população do Paraná já ultrapassou 10 milhões de habitantes, segundo projeções do Ipardes e dados da PNAD / IBGE. O grau de urbanização continua se elevando, sendo de 1,6% a taxa anual de crescimento geométrico urbano, enquanto que o grau de crescimento da população rural decresce a de 0,8% ao ano, período de 2002 a 2006.

A taxa anual de crescimento da população neste mesmo período para o total do Paraná é de 1,2%. A Região Sul apresenta índices quase iguais no período, sendo de 1,3% para o total, 1,7% na área urbana e queda de 0,7% na zona rural.

Um dado que chama a atenção é o crescimento da população na área rural da Região Metropolitana de Curitiba, que é de 1,8%, na contramão das demais regiões rurais do Paraná, cuja taxa é de –1,4%.

A taxa de fecundidade do Paraná é historicamente menor que a média nacional. No Brasil, o número de filhos por mulher em 1990, 2000 e 2006 era de 2,7, 2,4 e 2, respectivamente. Seguindo a mesma ordem, a taxa de fecundidade no Paraná vem baixando de 2,6, 2,3 e 1,7 em 2006, ou seja, a população do Paraná quase já não está mais se repondo. Para haver reposição, é preciso alcançar taxa de 2,1 ou mais filhos por mulher.

A esperança de vida ao nascer no Paraná passou de 70,6 anos em 1990 para 73,8 anos em 2006. No Brasil, este avanço foi de 68,5 anos para 72,4 anos em 2006. Seguindo uma tendência nacional, no período de 2002 a 2006, a taxa de crescimento da população com 65 anos e mais é de 3,1%, de 15 a 64 anos é de 1,7% e de 0 a 14 anos é de –0,5%. A Região Metropolitana de Curitiba, apresenta taxas bem maiores nestes anos. Na RMC, a taxa é de 0,6% de 0 a 14 anos, 2,6% de 15 a 64 anos e de 8,7% da população com 65 anos e mais.

O Paraná já não está mais perdendo população para outros Estados na mesma magnitude das décadas anteriores. Enquanto no período compreendido entre 1986 e 1991, o saldo de pessoas que deixavam o Paraná e aquelas que entravam era negativo em aproximadamente 183 mil pessoas, entre os anos de 2001 e 2006, este saldo, ainda negativo, reduziu para cerca de 15 mil pessoas.



AEN
Foto Roberto Corradini-SECS
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