Economia

Governo lança programa integrado de pesquisa e extensão rural no PR
17-09-2007 18:43

As ações de pesquisa e extensão rural dos governos federal e estadual serão concentradas e intensificadas no Sul e Centro-Sul do Paraná para encurtar o caminho do desenvolvimento rural sustentado nessas regiões, cujos municípios ainda enfrentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Essa é a linha do Plano de Ação Integrada da Pesquisa Agropecuária em Apoio ao Desenvolvimento das regiões Sul e Centro-Sul do Paraná lançado nesta segunda-feira (17), em Irati, pelo ministro da Agricultura e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e pelo secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini.

Foi assinado um protocolo onde a Embrapa, Iapar e Emater assumem o compromisso de implementar ações integradas a partir do levantamento das demandas locais dos 22 municípios das regiões. Com isso, serão criadas unidades de referência nas propriedades nas áreas de produção de grãos, fruticultura, pecuária e agroflorestais que servirão como modelo demonstrativo das técnicas que devem ser adotadas para impulsionar o desenvolvimento, explicou o secretário Bianchini.

Outra iniciativa da Embrapa e do Iapar, que chamou a atenção do ministro da Agricultura, são as pesquisas feitas com derivados do xisto em parceria com a Petrobrás, em São Mateus do Sul. Segundo o ministro, o uso de derivados do xisto como adubo e de correção de solo pode ser extraordinário.

“Eu me convidei para ver os resultados da pesquisa e caso sejam satisfatórios vou elevar os recursos nessa área porque o uso dessa matéria-prima como fertilizante representa redução de custos de um insumo importante na agricultura, principalmente para o pequeno agricultor”, disse Stephanes. O ministro falou ainda sobre a possibilidade da utilização do derivado do xisto como fertilizante natural que pode ser aplicado na agricultura ecológica.

Segundo o presidente da Embrapa, Silvio Crestani, vive-se hoje numa economia globalizada e as regiões onde se tem a oportunidade de aplicar o conhecimento e a tecnologia para o seu desenvolvimento têm mais condições de superar a pobreza. “Por isso vamos atuar com mais intensidade nessas regiões do Paraná onde os vazios devem ser preenchidos”, afirmou.

Numa demonstração de que a Embrapa pretende concentrar suas ações nessas regiões para o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis, Crestani trouxe para evento em Irati dirigentes de cinco unidades da Embrapa: de Gado de Leite de Juiz de Fora (MG); de Soja de Londrina (PR); de Florestas de Colombo (PR), de Clima Temperado de Pelotas (RS) e de Pecuária Sudeste (São Carlos – SP).

Segundo Crestani, a Embrapa coloca seu compromisso com os grandes desafios que devem ser enfrentados no Sul e Centro-Sul do Paraná. “Devemos oferecer à população dessas regiões alternativas de vida digna, de geração de renda de modo que os filhos desses agricultores tenham opções de vida aqui mesmo sem que tenham necessidade de migrar para pontos do País”.

Por se tratar de regiões onde cerca de 60% da população reside no meio rural ainda em condições de pobreza, pelo fato de se destacarem por áreas remanescentes de florestas e por isso precisam de atenção ao desenvolvimento sustentado, os governos federal e estadual estão unindo esforços para implementar ações de apoio de forma integrada, em substituição a iniciativas independentes cujos resultados demoram a aparecer, disse o secretário Bianchini.

Entre as demandas levantadas nas regiões Sul do Paraná estão a necessidade de levar informações aos agricultores, garantir assistência técnica e principalmente a comercialização da produção, que tem sido o principal obstáculo enfrentado pelos pequenos agricultores. A região tem potencial para o plantio de milho e feijão, produção de leite e carne, cultivo de frutas temperadas e florestas, atividades que dependem do apoio da pesquisa e da extensão para darem um salto de qualidade.

Na região Centro-Sul, onde também prevalece o homem no meio rural, os produtos florestais, grãos e pecuária dominam as atividades rurais que precisam de apoio. Entre as demandas da região está a necessidade de encontrar alternativas para a substituição do cultivo do fumo pelo pequeno agricultor. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, Reni Denardi, disse que o órgão vai continuar aplicando recursos em projetos de pesquisas para encontrar alternativas de cultivo em substituição ao fumo. “O Ministério já aplicou R$ 1 milhão em pesquisas e agora esse esforço será continuado na região”, afirmou.

O secretário Valter Bianchini anunciou recursos, do Governo Federal, no valor de R$ 480 mil para a unidade Embrapa Florestas, de Colombo, que serão investidos em projetos de capacitação e treinamento de produtores da cadeia produtiva da uva e do vinho. “As pesquisas com uva e vinho serão muito úteis para as regiões Sul e Centro-Sul do Paraná”, explicou.

Participaram do lançamento do projeto, o presidente nacional da Embrapa Silvio Crestani, o presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) José Augusto Pichetti, o presidente do Instituto Emater, Arnaldo Bandeira, o prefeito de Irati, Sergio Luiz Stoklo, o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Paraná, Reni Denardi.


AEN
Foto: Theo Marques - SECS
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