Economia

Licitação para dragagem dos portos do Paraná será lançada em 30 dias
11-07-2007 20:14

O superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião, recebeu nesta quarta-feira (11) o relatório final da comissão especial de dragagem. O estudo será a base do edital de licitação para a dragagem do Canal da Galheta e dos Portos de Paranaguá e Antonina, que será lançado nos próximos 30 dias. Os valores a serem pagos serão definidos com o texto final do edital.

Entre as sugestões do grupo, está a divisão de todo o processo de dragagem em três fases e o volume máximo dragado na primeira fase de 9 milhões de metros cúbicos, que serão despejados em quatro áreas. Todas as licenças ambientais da fase 1 já foram emitidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

“Com este relatório em mãos, vamos fazer um edital para licitar os serviços da primeira fase. Tão logo este edital esteja pronto, ele será enviado ao CAP e ao governador do Estado, para homologação. A Marinha também receberá o relatório para tomar ciência mas, uma vez que eles participaram da elaboração do material, eles já tem conhecimento do conteúdo. Se não tiver nenhuma observação de todas as partes, daremos início imediato ao processo licitatório”, disse Eduardo Requião.

O grupo sugeriu que a dragagem seja um processo permanente nos portos do Paraná. A primeira fase da dragagem foi chamada de “manutenção essencial” e se inicia tão logo o processo licitatório seja concluído, o que está previsto para os próximos 30 dias. A primeira etapa começa este ano e termina em 2008. Para 2009, está prevista a continuação da manutenção e a inclusão de áreas essenciais, que não puderam ser contempladas na primeira fase. Também entra nesse momento a utilização de material dragado para recuperação da praia de Matinhos, que ainda demanda estudos técnicos.

Licitação – “A licitação do processo vai ser a mais aberta possível. O que nós queremos discutir é a qualidade de equipamentos. Nós queremos empresas que tenham condições de discutir, sendo elas nacionais ou internacionais. E, como já está autorizado pela Antaq, as nossas empresas podem trabalhar com empresas estrangeiras em consórcio. Ou seja, as nossas empresas também podem contratar dragas internacionais que estejam nas conformidades técnicas exigidas”, disse o superintendente da Appa.

A última fase de dragagem está prevista para 2010 e será para aprofundamento. De acordo com membros da comissão, para a última fase é preciso realizar estudos de engenharia e avaliações ambientais, além da real necessidade de profundidade do Canal da Galheta, levando em consideração os tipos de navios construídos no mundo e que vêm a Paranaguá. Na primeira fase, o Canal ficará com 15 metros.

Os dois berços da Cattalini, usados para embarque de desembarque de granéis líquidos, também será dragado, mas com recursos próprios da empresa, que também vai usar como área de despejo o cais leste do Porto de Paranaguá. Assim como todo o projeto da fase 1, a dragagem do berço da Cattalini já tem autorização do IAP. Todo o trabalho da comissão foi suportado em batimetrias realizadas entre janeiro e julho deste ano.

Áreas - De acordo com o estudo apresentado, as áreas de despejo serão a ACE 20 e o cais leste, em Paranaguá; e o Eco Parque de Antonina e o terminal da Ponta do Félix, também localizado no Porto de Antonina. Todo o material dragado não apresenta nenhum tipo de contaminação ambiental e as áreas de despejo não irão comprometer o fluxo de navios.

Na ACE 20, que tem 20 metros de profundidade, serão depositados 3.270.401,67 metros cúbicos. No cais leste, 1.859.775 metros cúbicos. No Eco Parque, área em que está sendo recuperada a flora e a fauna da região, serão despejados 3.355.747,23 metros cúbicos. O material que for dragado na Ponta Félix será despejado no próprio terminal.

De acordo com Pedro Dias, engenheiro do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e integrante da comissão, as áreas de despejo não devem atrapalhar a realização da dragagem desta vez. “Ano passado, tinha-se menos estudos do que agora quando temos estudos de diversas universidades, temos dinâmicas de simulação, de modelos matemáticos. Isso nos garante uma precisão no que estamos fazendo. Nosso ferramental de análise ambiental é muito superior ao usado no passado, o que nos conduz a dizer que nós não teremos problemas com estas áreas de despejo. Em alguns casos, como o caso do Eco Parque na Ponta do Félix, nós teremos um acrescido de área ecológica, o que para nós é muito interessante”, afirmou.

Permanente – De acordo com o superintendente Eduardo Requião, a comissão constituída para definir o modelo de dragagem para os portos do Paraná terá caráter permanente e se manterá com a mesma composição. O grupo reuni-se por três vezes para chegar ao relatório final da fase 1 e já iniciou os estudos para as próximas etapas de dragagem.

Integram a comissão especial de estudos da dragagem representantes da Appa; da Capitania dos Portos; do Sindicato das Agências Marítimas do Estado do Paraná (Sindapar); do Instituto Ambiental do Paraná (IAP); da Paranaguá Pilots; da Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan), dos armadores e dos Conselhos de Autoridade Portuária de Paranaguá e de Antonina.

Agência Estadual de Notícias
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