Economia

Mantega diz que elevação da clasificação de risco do país mostra que a economia está sólida
10-05-2007 19:40

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou hoje (10) a elevação da classificação de risco do país pela agência Fitch Rating de BB para BB+, ficando o país a um passo do grau de investimento que dá aos investidores externos a tranqüilidade para realizar aplicações em um país.

"Isso significa o reconhecimento de que o Brasil está cada vez melhor. De que o Brasil está sólido, que a economia está crescendo, que a gestão da divida está melhorando e que o Brasil hoje é um país confiável, seguro e em desenvolvimento", afirmou Mantega.

Para o ministro, falta muito pouco para outras agências, como a Standard & Poors e Mood's Investors Service, também aumentarem o grau de confiança no Brasil. "Tenho certeza que as demais agências estão analisando com cuidado a evolução da economia brasileira e em breve deverão fazer modificações no raiting, senão ficarão para trás", disse o ministro, que em abril realizou uma série de visitas às agências, nos Estados Unidos.

A importância dessa reclassificação, ressaltou Mantega, está nas vantagens que o país poderá usufruir. "As empresas brasileiras conseguem recursos mais baratos lá fora, o governo brasileiro consegue colocar títulos, rolar a dívida externa a taxas menores e, evidentemente, isso atrai investimentos estrangeiros, investimentos de qualidade."

Mantega disse que o país hoje já vive o reflexo da melhora na percepção dos investidores quanto à economia, uma vez que o governo já consegue vender no exterior títulos em reais a taxas mais baixas. E deu um exemplo: a colocação, hoje (10), do título de 20 anos, no valor de R$ 750 milhões, que terá taxa de retorno para o investidor abaixo de 9%.

Questionado sobre o excesso de dólares que provavelmente entrarão no país com essa nova classificação, o ministro disse que a economia paga "o preço do sucesso". Com mais moeda estrangeira entrando no Brasil, o real, que já vem se valorizando perante o dólar, ficará ainda mais forte, o que pode prejudicar alguns setores, como as exportações.

"Este problema que se coloca é inevitável, porque se o Brasil é mais sólido, é melhor, vai atrair a atenção dos investidores", disse.

Mantega lembrou que a desvalorização do dólar acontece em vários países, não apenas no Brasil, como reflexo do fraco desempenho da economia americana este ano.

Ele sinalizou que o Banco Central continuará comprando dólares com o objetivo de aumentar as reservas internacionais, que já chegam perto dos US$ 125 bilhões. "O céu é o limite", disse, referindo-se ao patamar de reservas que o BC pretende atingir.

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
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