Economia

Para diretor da Petrobras, preço da venda de refinarias à Bolívia foi justo
12-05-2007 13:35

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O diretor financeiro e de Relações com os Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, avaliou como "preço justo" os US$ 112 milhões obtidos com a venda das duas refinarias que a estatal mantinha em Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba, na Bolívia.


“Foi um negócio realizado a um preço razoável, um preço justo. Nós compramos as refinarias no país em 1999 com a intenção de permanecermos lá. Se perguntarem se a escolha era vender, a resposta é não, mas conseguimos um preço justo pelo ativo que tínhamos lá”, disse.

Para Almir Barbassa, a estatal brasileira conseguiu atualizar os ganhos que obteria no futuro. A negociação, explicou, deverá ser concretizada em até 60 dias: “A Bolívia pagará em dinheiro, a metade agora e a outra metade em até 60 dias, também em dinheiro, em princípio. Não é verdade que estamos perdendo dinheiro na transação. Embora tenhamos pago US$ 104 milhões e investido em melhorias, operamos lá por sete anos e ganhamos dinheiro com a refinaria”.

O diretor acrescentou: “Foi uma venda que retornou para a empresa aquilo que ela esperava ter de retorno”. E não descartou a possibilidade de a Petrobras voltar a investir na Bolívia. Admitiu, no entanto, que o assunto terá de ser avaliado com mais precaução: “Nós não fomos expropriados na Bolívia. Compramos para ficar, mas mudaram o jogo e saímos. Mas poderemos até retomar os investimentos, dependendo do que for combinado daqui para a frente”.

As declarações do diretor da Petrobras fora dadas na sede da estatal, durante a divulgação do balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano. Os números indicam uma receita liquida de R$ 38,9 bilhões, mas um lucro líquido de apenas R$ 4,1 bilhões – resultado 38,1% inferior ao de igual período no ano passado.


O resultado da Petrobras Bolívia aponta prejuízo de R$ 10 milhões nesse período, contra um lucro de R$ 36 milhões no primeiro trimestre de 2006. Barbassa atribuiu o resultado à elevação, para 82%, dos royalties pagos pela estatal brasileira após o Decreto Supremo baixado pelo presidente Evo Morales em 1º de maio do ano do ano passado.

“Com o acordo de exploração e produção assinado pelas empresas em outubro, esse percentual caiu para 50%, mas devido à demora do Congresso boliviano em ratificar o acordo, nós continuamos a pagá-lo até o início deste ano. E já estamos recorrendo administrativamente para recuperar a diferença”, informou Barbassa.

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