Educação

Brasil registra melhoria nos índices de qualidade da educação básica
12-06-2008 11:31

Brasília - O sistema de ensino brasileiro cumpriu em 2007 as metas de crescimento para 2009 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador, que é um termômetro da qualidade do ensino público no país, foi divulgado pela primeira vez em 2006, com os resultados referentes a 2005. Essa é a primeira vez em que é possível comparar a evolução da qualidade da educação.

Nos três níveis avaliados – séries iniciais, séries finais e ensino médio – houve melhorias e as metas de 2009 foram atingidas antecipadamente. Em 2005, a média nacional para os primeiros anos do ensino fundamental foi de 3,8 pontos, em uma escala que vai de 0 a 10. Em 2007, a nota ficou em 4,2, ultrapassando a meta de 3,9.

Nas séries finais, o índice era de 3,5 e passou para 3,8, superando a meta de 2007 e a de 2009, que era de 3,7. Foi o ensino médio que registrou o crescimento mais tímido, passando de 3,4 para 3,5. Apesar de baixo, essa era a evolução esperada para o período pelo Ministério da Educação (MEC).

Para a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Rezende, os resultados apontam que o país está reagindo. “Acho que sinaliza em primeiro lugar que é preciso continuar nessa mesma linha de tirar o regime de colaboração [entre governos estaduais, municipais e federal] do papel na construção de um sistema nacional de educação, ainda que informal”, avalia Maria Auxiliadora.


Entre as cinco regiões, a surpresa foi o Nordeste, que atingiu ou superou as metas para 2009 em todos os níveis. Nas séries iniciais, a nota passou de 2,9 para 3,5. Nas séries finais, o índice subiu de 2,9 para 3 ,1 e no ensino médio, de 3,0 para 3,1. Em 2005, o Nordeste havia registrado os piores índices em todo o país. Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), os municípios com os piores resultados receberam prioridade no atendimento, com auxílio financeiro e técnico.

Segundo Maria Auxiliadora, os estados que registraram maior crescimento de 2005 para 2007 são aqueles que têm uma política contínua na área, o que significa que o bom resultado não é fruto exclusivo do PDE. “A gente pode conseguir mudar a lógica da educação. Alguns países já fizeram isso, é preciso assegurar a continuidade de políticas públicas e o compromisso com a área”, defende.

Apesar da melhora nos índices, a educadora avalia que o Brasil ainda precisa avançar. "Acho que tem que ficar um alerta, ainda estamos longe do ideal em termos de número. De 0 a 10, a gente está no 4,2, isso é muito sério, muito grave. O nosso prejuízo histórico é muito grande", indica.



Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
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