Educação

Professores da rede pública param e pedem aprovação urgente de piso salarial nacional
15-03-2008 15:13

Brasília - Professores de escolas públicas de todo o país paralisaram ontem(14) suas atividades e dedicaram o dia à discussão das reivindicações da categoria.

A categoria pede urgência na aprovação do projeto de lei que estabelece um piso salarial nacional para todos os professores.

A paralisação nacional foi organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE).

Segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão, o projeto deveria ter sido votado no ano passado, para que o piso entrasse em vigor em 2008.

"Este ano tem as eleições municipais e, por isso, queremos que o projeto seja aprovado até abril, ou maio no máximo. Se não for votado até então, corre o risco de ficar para depois, e será mais um ano perdido”, disse Leão, em entrevista à Rádio Nacional.

Leão lembrou que, em algumas regiões, há docentes que recebem menos de um salário mínimo. Segundo ele, por isso é importante estabelecer um piso nacional para a categoria. Atualmente, o projeto de lei está sendo apreciado pela Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados e depois segue para a Comissão de Constituição e Justiça. O texto estabelece vencimento inicial de carreira de R$ 950, o que não inclui gratificações.

Cada estado organizou sua própria programação para o dia de hoje. No Distrito Federal, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) optou pela redução da carga horária em todos os turnos. O restante do período deveria ser aproveitado para atividades envolvendo alunos e a comunidade escolar. O objetivo era debater as políticas do governo local na área da educação.

“Combinamos entre os professores que hoje teríamos um dia diferente para discutir a questão da educação pública. Nos três últimos períodos, fomos para o auditório, convocamos os pais e os alunos, e foi muito bom, a participação foi muito boa”, avaliou a coordenadora do colégio Elefante Branco, Cleonice Gomes.

Entretanto, nem todas as escolas do Distrito Federal participaram do movimento. No Centro de Ensino Fundamental Caseb, as aulas foram normais, conforme informou o vice-diretor, João Francisco Neves.

O estudante do 2° ano do ensino médio Pedro Gabriel Trancoso, do colégio Elefante Branco, reclamou de ter tido apenas uma das seis aulas programadas para o dia. “Eu teria aula de artes, matemática e química. Acho muito ruim [a paralisação] porque você acaba sendo prejudicado. Sem falar que tem que pagar a passagem de ônibus para assistir só a três aulas. Poucos alunos vieram”, disse ele.

Para a confederação, o balanço das ações foi positivo: em 18 estados, a paralisação teve adesão de 60% a 100% da categoria. “Do Acre ao Rio Grande do Sul, tivemos eventos, e em quase todos os estados, paralisação. O efeito que queríamos com essa paralisação era esse mesmo: chamar a atenção para a necessidade de aprovação do piso ”, afirmou o secretário-geral da CNTE, Denilson da Costa.
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