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Professores indígenas e de quilombolas participam da produção de livros didáticos
05-09-2007 18:50

TweetA Secretaria da Educação começa a produção de livros específicos para comunidades caingangue, guarani e quilombola, com a participação de representantes de cada grupo. Esse material didático preserva valores culturais e linguagem dessas comunidades, principalmente no processo de alfabetização. O Departamento de Educação de Jovens e Adultos e a equipe do programa Paraná Alfabetizado coordenam a iniciativa.

“Independente da língua, é importante que possamos contemplar essas populações com material específico. O livro será um instrumento de identidade e uma referência literária de suas realidades”, explica o coordenador do Paraná Alfabetizado, Wagner Roberto do Amaral. O assunto começou a ser tratado ainda em 2005, quando Amaral realizou um ciclo de estudos com educadores indígenas, sob a avaliação do lingüista, indigenista e professor do Departamento de Lingüística da Unicamp, Wilmar R. D’Angelis.

Além de outros aspectos, o livro dirigido ao ensino dos estudantes quilombolas trará textos e reflexões sobre a cultura afrodescendente, terra e identidade cultural, sempre com textos dos alfabetizadores e seus alunos.

Florêcio Rekaig Fernandes, pedagogo indígena e professor da comunidade caingangue de Mangueirinha, entende como bastante positiva a iniciativa de se produzir um livro voltado para a sua língua e origem. “Esse livro dá autonomia para a comunidade indígena. Sempre tivemos vontade de ser atores e autores da história, principalmente da nossa”, afirma.

Para Neivair de Jesus Gonçalves, líder comunitária e professora da comunidade quilombola Colônia Sutil, de Ponta Grossa, o livro representa a oportunidade de resgatar a cultura. “Sei que existiram muitos costumes diferentes na nossa comunidade, mas hoje, a gente só houve contar”, disse.

Nessa primeira etapa da produção do livro, a Secretaria, professores e representantes de cada comunidade definem os eixos temáticos e metodologias de ensino a serem seguidos. Para dar andamento à produção do material, mais três etapas estão programadas até outubro deste ano.

AEN
Foto:SEED