Esporte

Escola pública forma atletas de ouro no handebol
23-07-2007 13:08

Rio de Janeiro - Briga entre argentinos e brasileiros durante partida em que Brasil sagrou-se bicampeão pan-americano de handebol masculino


Rio de Janeiro - O esporte mais praticado nas escolas públicas brasileiras não é o futebol, mas o handebol. É de times escolares que vieram grande parte dos jogadores que atualmente competem nos jogos Pan-Americanos e nos campeonatos nacionais, de acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Handebol, Manuel Luiz Oliveira.

Exemplos na seleção masculina, medalha de outro este domingo (22), não faltam. Guilherme Rosa começou jogar na escola aos 12 anos e sua professora, que é técnica de um clube convidou-o a treinar. O mesmo aconteceu com Jaqson Kojoroski, Bruno Santana, Leonardo Bertolini e outros que foram descobertos em jogos escolares. Hoje atletas como esses que começaram em partidas estudantis conquistaram a medalha de ouro e o bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos ao venceram por 30 a 22 a Argentina. A vitória garante ainda vaga para as Olimpíadas de Pequim, em 2008.

Apesar do sucesso os atletas afirmam que ainda falta incentivo e é difícil viver exclusivamente do handebol no Brasil. Hélio Lisboa, conhecido como Helinho apesar do 1,84 m de altura, também começou na escola e diz que os jogadores não podem ficar focados apenas no esporte. “Todo atleta de handebol é formado em alguma coisa. Então você não consegue ficar focado exatamente no handebol, a não ser quem está lá fora”.

Ele completa “depois da medalha do Pan-Americano do Santo Domingo (2003) a gente até esperava um pouco mais. Esse patrocínio só chega via Confederação e necessitamos que os clubes estejam mais fortes para que tenhamos um campeonato mais forte no país”.

Aline Santos da seleção feminina, que também é medalha de ouro e atual tricampeã pan-americana, joga pela segunda temporada seguida na França. Ela conta que precisou ir atuar fora para conseguir se dedicar apenas ao esporte. “È muito difícil sobreviver do handebol no Brasil, no meu caso, tive que sair do Brasil para ir jogar na França. As equipes estão precisando de patrocínio e as atletas também”.

O presidente da Confederação Brasileira de Handebol conta que historicamente o principal incentivador da modalidade é o Ministério do Esporte. È da Lei Agnelo Piva que vem anualmente R$ 1,6 milhões. Em 2003 a Petrobras firmou parceria com a Confederação e investe R$ 2,8 milhões no esporte a cada ano.

Embora a garra da seleção masculina tenha garantido o ouro a festa de comemoração da vitória foi ofuscada por um desentendimento entre as equipes brasileira e argentina. A menos de um minuto do fim da partida os jogadores começaram uma briga e a confusão foi geral envolvendo até a parte técnica das seleções. Agentes da Força de Segurança Nacional tiveram que intervir.

A partida foi suspensa por mais de 5 minutos até que o tumulto fosse controlado e o juiz expulsou dois jogadores brasileiros e dois argentinos. No momento do podium a torcida vibrou a cada medalha entregue aos jogadores brasileiros e vaiou os argentinos. O bronze ficou com Cuba que foi bastante aplaudida pela torcida brasileira.

Yara Aquino
Enviada Especial
Foto: Wilson Dias/ABr
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