Internacional

Brasil, Argentina e Colômbia formam grupo de amigos da Bolívia
04-04-2008 11:58

Brasília - Brasil, Argentina e Colômbia vão intermediar o diálogo do governo boliviano com a oposição. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, segue amanhã (4) para a Bolívia, onde já estão o chanceler argentino, Jorge Taiana, e o vice-chanceler colombiano, Camilo Reyes. A iniciativa, que informalmente vem sendo chamada de Grupo de Amigos da Bolívia, atende a pedido do presidente boliviano, Evo Morales.

Morales enfrenta resistência de diversos setores à nova Constituição, que será levada a referendo no dia 4 de maio. A oposição está concentrada principalmente entre empresários e governadores dos estados mais ricos, como Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija. Santa Cruz pretende, inclusive, fazer uma consulta popular sobre sua autonomia na mesma data. Autonomia que já foi declarada unilateralmente.

Segundo a agência argentina de notícias Telam, Taiana, Reyes e o embaixador do Brasil na Bolívia, Federico Cezar de Araújo, reuniram-se hoje (3) com Evo Morales. Também tiveram encontros com o presidente do Senado, Oscar Ortiz, e com o presidente da comissão de Relações Exteriores da Casa, Tito Hoz de Vila – ambos da oposição. Os dois estiveram em Brasília na semana passada, conversando com lideranças partidárias no Senado, e manifestaram preocupação quanto à crise institucional boliviana.

“Viemos, sobretudo, escutar e ver em que medida podemos contribuir para o fortalecimento do diálogo”, disse o chanceler argentino em coletiva de imprensa no Congresso Nacional boliviano. “Todos os que estamos aqui somos amigos da Bolívia e certamente estamos interessados no fortalecimento da democracia e na permanência das autoridades legitimamente eleitas”, completou.

Na tarde de hoje, os diplomatas foram a Cochabamba e Santa Cruz, para encontros com lideranças regionais.

O governo brasileiro participou de um grupo de amigos durante a transição entre os governos FHC e Lula, para ajudar o governo da Venezuela, que enfrentava greve na PDVSA, a estatal de petróleo. Na época, o Brasil enviou um petroleiro para o país vizinho.

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
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