Internacional

Cubanos vão às urnas e em fevereiro será definido futuro de Fidel
21-01-2008 17:16

Brasília - O povo cubano foi às urnas ontem (20) para eleger 614 deputados que vão compor a Assembléia Nacional (Parlamento). Apenas duas horas após a abertura das 38.000 mesas de votação, 39,66% dos mais de 8 milhões de eleitores com idade superior a 16 anos já haviam se manifestado.

Um dos primeiros a votar foi o presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, candidato a deputado na Assembléia Nacional que irá definir o novo chefe de Estado no dia 24 de fevereiro.

O presidente, de 81 anos, está afastado do poder por problemas de saúde há quase 18 meses. O irmão de Fidel, Raúl Castro, exerce interinamente a presidência do país.

Raúl assumiu o governo de Cuba em julho de 2006, quando o irmão foi submetido a uma cirurgia no intestino e, desde então, não voltou a ser visto em público. Apesar de ausente, Fidel tem divulgadas as imagens de seus encontros com personalidades estrangeiras, além de publicar regularmente seus artigos na imprensa local.

Em breve discurso logo após ter votado, Fidel fez referência à forte chuva que caiu na manhã de ontem (20) sobre o oeste do país, região pela qual se candidatou a deputado.

“Ventos fortes vindos do norte, acompanhados de chuva, na região ocidental do país, pretendem conspirar contra nossas eleições”.

“Fiz uso do voto único por questão de consciência”, afirmou Fidel justificando a escolha pela proposta de eleger os 614 candidatos em bloco.

O maior interesse no processo eleitoral cubano não está centrado na votação em si, já que a probabilidade de que Fidel seja eleito deputado é grande, mas no novo cenário que deve surgir após o pleito.

No dia 24 de fevereiro, quando for constituído o novo parlamento, 31 membros do Conselho de Estado serão eleitos. Os integrantes escolherão, entre eles mesmos, o presidente e o primeiro vice-presidente, cargos que hoje desempenham os irmãos Fidel e Raúl Castro.

No último artigo escrito por Fidel, publicado na semana passada, o presidente cubano explicou que se dedica a escrever porque necessita de “capacidade física” para falar em público. Em outra nota, divulgada há um mês, ele afirmou que não pretende “afastar-se” do poder, o que provocou especulações sobre seu futuro político no país. Sua candidatura a deputado nas eleições de ontem o mantém na carreira para conservar a liderança do Estado e do governo.

“Espero que me elejam deputado”, disse Raúl Castro, após emitir seu voto. Ele reforçou que as eleições “constituem um passo muito importante” em “uma etapa completa” na qual Cuba deve afrontar “diferentes situações e grandes decisões”.

De acordo com dados publicados pela imprensa local, aspiravam a uma cadeira na Assembléia Nacional 481 graduados universitários (78,3%), 265 mulheres (42,2%) e 219 negros ou mestiços (35,7%).


Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
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