Internacional

Estudo do Exército detalha presença militar norte-americana na América do Sul
19-01-2006 10:30

Brasília – Há muito tempo a América do Sul tem sido uma área estratégica para os Estados Unidos, o que levou os norte-americanos a trazerem militares na região. Exemplo maior talvez tenha sido a Doutrina Monroe, aprovada pelo Congresso norte-americano em 1823. Surgida como forma de impedir a recolonização européia da América, com o tempo serviu para o intervencionismo norte-americano em diversos países, e prolongou até mesmo durante a guerra fria, quando foi reutilizada pelo presidente John Kennedy (1962) para justificar a luta contra o comunismo na região, especificamente contra Cuba.

Atualmente, os EUA não justificam mais sua presença militar na América do Sul com a Doutrina Monroe, mas, principalmente, com a necessidade de combater o narcotráfico. Um estudo militar brasileiro fornece detalhes sobre a localização dos militares norte-americanos na região. O trabalho, apresentado em 2002 na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro, questiona se "o verdadeiro cinturão de forças em torno das fronteiras brasileiras, particularmente na área amazônica, seria utilizado para outros fins, ainda não declarados".

O professor aposentado da Universidade de Brasília Luiz Alberto Moniz Bandeira, que há mais de 50 anos tem os Estados Unidos como objeto de estudo, vê com preocupação a presença norte-americana na região. "As bases permitem a manutenção de grandes orçamentos para o Pentágono. Por causa da indústria bélica, eles precisam gastar seus equipamentos militares para novas encomendas. É um círculo vicioso", explica.

Em outubro, Brasil e Uruguai se manifestaram contra a possibilidade da construção de uma base americana dentro do Mercosul, no Paraguai – boato negado pelo governo paraguaio. A suspeita surgiu a partir de um acordo que o país fez para que militares dos EUA façam treinamentos conjuntos na região da Tríplice Fronteira até 2006. Os Estados Unidos têm acordos similares com diversos outros países da América, muitos deles vizinhos brasileiros.

André Deak
Repórter da Agência Brasil


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