Internacional

Lula espera êxito da Rodada Doha e critica lei de imigração imposta pela Europa
20-07-2008 13:03

Da Agência Brasil


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em Bogotá, capital da Colômbia, que espera que os países pobres tenham “nova chance no cenário internacional” com o êxito da Rodada de Doha. Ele também voltou a defender a redução dos subsídios agrícolas nos países ricos para facilitar a entrada de nações subdesenvolvidas e emergentes nos mercados norte-americano e europeu.

As informações são da BBC Brasil. Segundo a agência, Lula disse não entender porque os Estados Unidos querem aumentar os subsídios que pagam a seus produtores de US$8 milhões para US$13 milhões.

“Eles [países ricos] querem que nós flexibilizemos sua entrada na nossa produção industrial. Nós até podemos flexibilizar, mas isso não pode afetar o nosso desenvolvimento”, disse o presidente. O posicionamento é o mesmo do chanceler Celso Amorim que pediu, durante as negociações, mais ambição dos países em desenvolvimento que compõem o G20 e outros blocos.

Em encontro com o presidente colombiano Álvaro Uribe e empresários, Lula destacou que “o êxito da rodada é fundamental para o desenvolvimento dos países e para evitar uma recaída protecionista de parte de alguns países desenvolvidos”. O presidente criticou ainda a alta do petróleo no mercado internacional, o que, segundo ele, representou um incremento de 30% nos custos da produção agrícola. Ele defendeu também os biocombustíveis como trunfo do país para enfrentar os desafios deste momento. Sem detalhar como, ele mostrou a intenção de firmar parceria com a Colômbia sobre “formas alternativas de energia”.

“Eu posso mostrar à Colômbia a vantagem dos biocombustíveis em relação à renda, à independência [do petróleo] e à preservação ambiental”, disse.

Uribe respondeu que “o Brasil ensinou a Colômbia a produzir etanol” e que hoje o seu país produz 2 milhões de litros de etanol e biodiesel por dia.

O presidente brasileiro também aproveitou o momento para criticar as leis de imigração européias. “Os europeus são como uma família que quando fica bem de vida não quer receber seus parentes pobres. A única coisa que queremos exigir é que o tratamento seja o mesmo que foi dado aos europeus quando eles emigraram para a América Latina em um momento em que eles eram pobres”, afirmou.

Depois do encontro com os empresários, Lula foi para a residência oficial de Uribe, onde farão encontro bilateral. Ele fica na Colômbia até domingo (20), quando participa de ato que comemora a independência do país – o governo local estima que 1,05 mil municípios farão manifestações para comemorar e pedir a libertação de todos os reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).


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