Internacional

Maior consumo de etanol deve baratear preço do petróleo, prevê BM&F
15-03-2007 13:48

Rio de Janeiro - A decisão de alguns países desenvolvidos de inserir e definir percentuais de participação do etanol em suas matrizes energéticas deve prolongar a vida útil do petróleo, avalia o diretor de Mercados Agrícolas da Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F), Felix Schouchana. Falando à Agência Brasil, o especialista da BM&F disse que está é uma vantagem que o Brasil não pode deixar passar.

“Esta decisão esticará a vida útil do petróleo por mais alguns anos, vai baratear o preço do combustível, uma vez que o álcool tem um custo de produção menor do que o petróleo, e vai também ajudar na questão ambiental”, acredita. O economista lembra que o Brasil e os Estados Unidos respondem por cerca de 75% de todo o álcool produzido no mundo. No primeiro caso a produção é de 17 milhões de toneladas por ano e no segundo de 17,5 bilhões/ano.

“Algumas estatísticas mostram que ambos os países terão que triplicar a sua produção somente para atender as pretensões dos Estados Unidos de substitui em alguns anos em 20% o volume da gasolina comercializada no país pelo Etanol. Aí é que entra um grande problema: nos Estados Unidos o álcool é produzido a partir do milho e é mais caro e subsidiado. Então é uma equação ainda a ser resolvida”, salienta.

Para ele, “quem tem condições de crescer a produção de forma a atender a demanda doméstica e ainda abastecer o mercado internacional é exatamente o Brasil. Obviamente que outros países podem entrar nesta produção de álcool, principalmente na região dos trópicos, que é aonde a cana pode desenvolver de forma melhor, mas é o Brasil o principal agente”, afirma.

Na avaliação de Felix Schouchana, o Brasil tem condições de, em até cinco anos, conseguir abastecer o mercado interno e, ainda por cima, atender à parte da demanda internacional. “Nós hoje produzimos estes 17 bilhões de litros de etanol por ano, dos quais 3,7 bilhões são exportados. Eu acho que em cinco anos estaremos produzindo o suficiente para atender ao mercado doméstico e ainda ter um excedente de 50% para ser exportado”.


Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
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