Internacional

Temas da reunião do G8 mostram que preocupações do grupo continuam as mesmas
06-07-2008 22:47

Mylena Fiori
Enviada especial

Hokkaido (Japão) - As preocupações dos sete países mais industrializados do mundo e da Rússia seguem têm sido as mesas dos últimos anos. O menu da cúpula do G8, que começa amanhà (7) na ilha de Hokkaido, no Japão, contém quatro temas macro: meio ambiente e mudanças climáticas, desenvolvimento e África, economia global e questões de política internacional, como o regime de não-proliferação de armas.

Na área ambiental, o Japão - que ocupa a presidência rotativa do grupo e propôs as questões para a reunião anual - pretende focar as discussões no regime de emissões de gases do efeito estufa pós-Kioto, em negociação no âmbito das Nações Unidas. Deve entrar em pauta proposta feita na reunião do ano passado, na Alemanha, entre Japão, Canadá e União Européia na qual os os três defenderam a redução de 50% das emissões até 2050.

Em relação à África, o objetivo é mobilizar conhecimento e recursos da comunidade internacional, de forma a ajudar no desenvolvimento do continente e permitir que a região alcance as metas de desenvolvimento do milênio. A África integra a agenda do G8 desde o final da década de 90 e passou a participar como convidada, em reunião paralela, na cúpula do ano 2000.

As discussões sobre economia global serão focadas no crescimento sustentado da economia mundial. Outras questões em debate são investimentos, comércio, proteção da propriedade intelectual, economias emergentes e recursos naturais.

No âmbito político, os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia darão ênfase ao fortalecimento do Regime de Não-Proliferação. Preocupa particularmente ao grupo de poderosos os programas nucleares da Coréia do Norte e Irã. A pauta política também incluirá a luta contra o terrorismo e questões regionais.

A articulação de posições entre as grandes potências sobre temas globais teve início nos anos 70. O cenário de desvalorização do dólar e a primeira grande crise do petróleo foram decisivos para a criação de um fórum para coordenação de políticas econômicas em áreas como macroeconomia, câmbio, comércio e energia. Aos poucos, foram sendo incorporados à agenda temas políticos, como a guerra fria e as relações Norte-Sul, e questões como meio ambiente, combate ao terrorismo, e prevenção à aids.

A primeira reunião foi em 1975, por iniciativa francesa e os encontros passaram a ser anuais, sempre sob a presidência rotativa de um dos países do grupo inicialmente integrado por Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Japão. O Canadá entrou no ano seguinte e a Rússia, em 1998.

Mesmo sem qualquer poder de interferência, desde o fim da Guerra Fria outros países do mundo são convidados a participar das chamadas reuniões ampliadas do G8. Desde 2005, em Gleanegles, Brasil, China, Índia, África do Sul e México formam o grupo de convidados fixos chamado de G5. Cansadas do papel de figurante de luxo, as cinco potências emergentes reivindicam a participação nas reuniões decisórias do G8.


POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado