Meio Ambiente

Agroecologia: uma das melhores formas de conciliar reforma agrária e meio ambiente
28-06-2008 05:07

O grupo de trabalho responsável por debater a relação entre Reforma Agrária e Meio Ambiente durante o II Encontro Terra e Cidadania chegou a um consenso na quinta-feira (26): uma das melhores formas de conciliar na prática os dois temas é por meio da agroecologia. O evento, que se encerra nesta sexta-feira (26), foi organizado pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG).

“Com conceito oposto ao do agronegócio, essa nova forma de produzir liberta o pequeno agricultor do modo capitalista de lucratividade”, afirmou a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Cláudia Sonda, durante as discussões.

Segundo ela, a agroecologia já vem sendo implantada em alguns assentamentos com muitos resultados positivos. “Afinal, os movimentos sociais que lutam pela Reforma Agrária não querem a monocultura e seus aditivos químicos, eles querem que seus filhos cresçam saudáveis comendo as frutas do pé”, declarou aos mais de 100 participantes do grupo.

A subprocuradora chefe do Instituto Chico Mendes, Cynthia Passos, que também participou do grupo, já percebe uma mudança significativa na cultura dos assentados com a prática da agroecologia. “Mesmo com a dificuldade para que haja mudança da mentalidade na relação economia versus meio ambiente, hoje eles já compreendem que devem pensar na produtividade vinculada ao lucro sem esquecer da proteção da biodiversidade”, comentou.

Além do estímulo à agroecologia nos assentamentos, outro fator importante para a boa relação entre reforma agrária e meio ambiente apontado pelo grupo é a criação de mecanismos que compatibilizem os trabalhos entre o Incra e o Instituto Chico Mendes.

Sob o ponto de vista da procuradora do Estado do Paraná e professora de Direito Ambiental na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Cláudia Graf, esta relação caminha para o melhor resultado possível. “Só o fato da superintendente do Incra ser proveniente de um órgão ambiental [referindo-se a Claudia Sonda] já é uma garantia de que o processo de reforma agrária vai acontecer de modo sustentável”, ressaltou.


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