Meio Ambiente

Governo do PR repudia campanha lançada pela indústria do plástico
03-07-2008 11:48

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, repudia a campanha divulgada nesta quarta-feira (02) pela Plastivida - entidade que representa a indústria do plástico - visando aumentar a espessura das sacolas disponibilizadas.

“Plástico não é vida e esta sacola mais grossa pode até ser resistente, mas ainda polui. Aumentar a espessura das sacolas significa vender mais resina plástica, consumir mais derivados de petróleo, estender a vida útil da sacola na natureza; enfim, ampliar o volume do passivo ambiental”, afirma o secretário. “Ou seja, esta campanha não atende a política de resíduos sólidos praticada no Paraná, que busca diminuir a quantidade de plástico nas embalagens”, completa.

Os supermercados genuinamente paranaenses – como Condor, Muffato, Cidade Canção, Planalto e Cristal – já trocaram o plástico convencional por outros materiais na confecção das sacolas. Apenas três grandes redes não fizeram a mudança: Carrefour, WMS Supermercados do Brasil (que engloba os estabelecimentos Wal Mart, Big e Mercadorama) e Companhia Brasileira de Distribuição (que integra as lojas Pão de Açúcar e Extra).

O coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria, Laerty Dudas, observa que os supermercados comprometidos com a campanha da Plastivida são, por coincidência, aqueles que ainda não apresentaram alternativas para solucionar o passivo ambiental das sacolas plásticas.

“O Carrefour, por exemplo, joga a responsabilidade para seus clientes, alegando que a utilização das sacolas como saquinhos de lixo é falta de respeito com a natureza”, ressalta Dudas, fazendo referência à defesa encaminhada pela rede de supermercados para justificar a opção pelo plástico convencional. “E os clientes, como se sentem ao saber disso?”, questiona o coordenador, acrescentando ainda que no final do mês passado a liminar que assegurava aos supermercados Pão de Açúcar e Extra o uso de sacolas plásticas convencionais foi derrubada na justiça.

PREOCUPAÇÃO MUNDIAL - A preocupação com o passivo ambiental gerado pelas sacolas plásticas é mundial. Recentemente a cidade americana de San Francisco, na Califórnia, baniu as sacolas plásticas dos supermercados.

Um dos primeiros países a estabelecer uma regulamentação para o uso das sacolas plásticas foi a Irlanda, em 2002 – onde é cobrada uma taxa pelo uso das sacolas plásticas que é revertida em investimentos em projetos ambientais. Em outros países, incentiva-se o uso da sacola de pano, que é utilizada por mais tempo, ou de papelão, que pode ser reciclado, para o transporte das mercadorias.

EXEMPLO - A batalha pela substituição de sacolas plásticas convencionais que o governo do Paraná vem promovendo já serve de exemplo a outros estados brasileiros. No final de maio, o governador do Estado de Goiás, Alcides Rodrigues Filho, sancionou a lei número 16.268 obrigando todos os estabelecimentos que disponibilizam sacolas plásticas a seus clientes a utilizarem modelos biodegradáveis.

AEN
Foto:SECS
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