Meio Ambiente

IAP libera licença para a instalação da Usina Mauá
25-03-2008 13:34

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, assinou na segunda-feira (24) a Licença de Instalação da Usina Hidrelétrica Mauá, que será construída no Rio Tibagi nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira. A construção e operação da usina estão a cargo do Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, uma parceria entre a Copel — com 51% de participação — e a estatal federal Eletrosul.

A Usina Mauá é um dos empreendimentos energéticos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e absorverá recursos que beiram a R$ 1 bilhão. O aproveitamento terá potência instalada de 361 megawatts, energia suficiente para atender ao consumo de uma cidade com aproximadamente 1 milhão de habitantes.

A construção de Mauá é considerada de fundamental importância pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “Temos o compromisso inadiável com o país de colocar a eletricidade produzida na nova usina à disposição dos consumidores a partir de 2011”, diz o executivo. “Essa expectativa não pode ser frustrada, pois não haverá excedentes para compensar a eventual falta dessa energia”. Segundo o presidente, a impontualidade na operação de Mauá resultaria em uma perigosa elevação no risco de faltar eletricidade para atendimento ao consumo.

Ghilardi lembrou que, segundo as regras do setor elétrico, a produção de todas as novas usinas leiloadas pela Aneel é imediatamente negociada como forma de garantir que a construção da obra seja economicamente sustentável. “Por essa razão, minutos depois de arrematarmos em parceria com a Eletrosul o direito de construir Mauá, em outubro de 2006, toda a sua produção estava contratada pelo prazo de 30 anos por 24 distribuidoras de todo o país, entre elas a própria Copel”, observou o presidente da Companhia. “Quem comprou a energia da Usina Mauá está contando com ela para atender ao mercado”.

Canteiro

De posse da Licença de Instalação, o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul emitirá uma ordem de serviço para o consórcio construtor executar o projeto de engenharia civil da Usina Mauá. A partir daí, começam as atividades de organização do canteiro e do alojamento, além da mobilização dos trabalhadores — processo que pode levar de um a dois meses. A construção da hidrelétrica deve gerar em torno de 1.530 empregos diretos e 720 indiretos.

O projeto da usina compreende uma barragem em concreto compactado a rolo com 85 metros de altura máxima e 700 metros de comprimento, que vai formar um reservatório com 84 km2 de superfície. A formação do reservatório atingirá 378 famílias. “Todas vêm recebendo tratamento justo e digno e serão devidamente indenizadas, conforme critérios discutidos e definidos coletivamente e com o acompanhamento da Comissão dos Atingidos por Barragem no Rio Tibagi”, garante o presidente do Consórcio, Sérgio Luiz Lamy.

Ainda antes de iniciar a obra, será feita a demarcação para resgate arqueológico em seis sítios identificados na área do canteiro, a pedido do Consórcio Energético Cruzeiro do Sul. Os sítios, que estavam esquecidos na região e sendo degradados, agora passam a ter tratamento adequado. Todo o material recolhido no local será destinado conforme orientação do arqueólogo responsável e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura.

Compensação

Com o início da construção do empreendimento, começará também a ser implementado o Plano Básico Ambiental (PBA) da Usina Mauá, que prevê ações de promoção social, infra-estrutura, capacitação profissional, conservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico. Ao todo, são 34 programas constantes do PBA, com orçamento de cerca de R$ 120 milhões – ou 13% do custo total da hidrelétrica.

Assim que Mauá começar a produzir energia, além dos benefícios trazidos pelos projetos sócio-ambientais que serão implementados pelo Consórcio Cruzeiro do Sul, os municípios de Ortigueira e Telêmaco Borba, que terão áreas ocupadas pelo reservatório da hidrelétrica, passarão a receber cerca de R$ 1,35 milhão por ano, cada, a título de compensação financeira pelo uso do potencial energético do rio Tibagi.

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