Meio Ambiente

Monitoramento da fauna ajuda na prevenção de doenças no Paraná
18-04-2008 17:15

As informações reunidas no monitoramento da fauna realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – como, por exemplo, os dados relacionados aos macacos da espécie bugio - estão colaborando com a prevenção de doenças no Estado. “Os primatas estão servindo de ‘sinalizadores’ para a ocorrência do vírus da febre amarela no Paraná, doença que vem sendo acompanhada de perto pela Secretaria da Saúde”, informou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

A iniciativa foi apresentada para ilustrar a importância da preservação da fauna paranaense durante um workshop promovido pelo IAP. O evento, encerrado nesta quinta-feira (17), teve como objetivo elaborar planos de ação para intensificar o trabalho de proteção à biodiversidade da fauna que habita o Paraná.

Segundo Rasca, a Secretaria do Meio Ambiente e o IAP são parceiros da Secretaria da Saúde neste trabalho para detectar a febre amarela. “Nossos escritórios regionais e gerentes de Unidades de Conservação, como parques estaduais, estão em alerta e, quando identificado algum animal debilitado, logo comunicamos à Saúde para que desloque uma equipe e verifique se a causa desta debilidade está ligada ao vírus da febre amarela”, explicou.

O biólogo especialista em fauna do IAP, Mauro Britto, destacou que o bugio é uma das espécies que consta no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada. Segundo ele, existem duas variações da espécie: o bugio-preto, que habita regiões Noroeste, Sudoeste e Sul do Estado, e ainda o bugio-vermelho, que pode ser encontrado na Serra do Mar.

WORKSHOP- Cerca de 50 pessoas – entre técnicos do IAP, Secretaria do Meio Ambiente e outras instituições ambientais como Ibama, além de representantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e comunidade acadêmica – participaram do workshop para elaborar as diretrizes das ações prioritárias para proteção da fauna.

Entre os temas debatidos estava a predação de rebanhos feita por onças pardas ou pintadas, estratégias de proteção às espécies ameaçadas de extinção e soluções para espécies nativas em desequilíbrios populacionais, entre outros. Para evitar a predação dos rebanhos, uma das sugestões apontadas no evento é a melhoria do manejo do gado, orientando os proprietários a não deixarem os animais totalmente soltos no pasto.

“O resultado do workshop servirá como um ‘mapa’ das dificuldades e necessidades relacionadas à fauna no Estado, direcionando as estratégias a serem adotadas pelos órgãos ambientais”, comentou a chefe do Departamento de Biodiversidade do IAP, Márcia Tossulino. “Ou seja, com o workshop saberemos o que teremos que fazer e como os parceiros poderão ajudar”, completou.

PIONEIRISMO - O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a instituir, em 2004, uma política de proteção à fauna silvestre e a criar o Sistema de Proteção à Fauna (Sisfauna) em nível estadual. Com esta iniciativa foram definidos princípios, alvos, objetivos e mecanismos de execução da Política; também foi criado o Conselho Estadual de Proteção à Fauna (Confauna); e implantada a Rede Estadual de Proteção à Fauna Nativa (Rede Pró-Fauna). Além disso, o Paraná ainda foi pioneiro no reconhecimento da lista de espécies da fauna ameaçada no Estado do Paraná.

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