Nacional

Acesso à terra deve ser dado a quem sabe trabalhar no campo, diz presidente da CNA
02-03-2006 13:54

Brasília - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende uma política de acesso à terra para quem tem qualificação para trabalhar no campo, disse o presidente da entidade, Antonio Ernesto De Salvo.

A afirmação foi feita ao comentar a iniciativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de realizar conferência internacional sobre reforma agrária depois de o assunto ter ficado ausente dos fóruns internacionais por 26 anos.

Para De Salvo, existe no Brasil espaço para que convivam pequenos, médios e grandes proprietários. Ele acha, porém, que agricultura se faz com tecnologia e alto nível de competitividade, independentemente do tamanho da área plantada.

Ele rebateu críticas que movimentos sociais fazem ao agronegócio brasileiro de concentrar na exportação o rumo de sua atividade e, com isso, não garantir a segurança alimentar da população brasileira e agredir o meio ambiente.

"É um tipo de raciocínio oriundo de mentes inteiramente desinformadas e cheias de preconceito. Vamos separar agronegócio e agricultor. Agronegócio são exportadoras, grandes cooperativas, grandes companhias. Já o agricultor brasileiro, este não planta nem para exportar, nem para o mercado interno. Sejam pequenos, médios ou grandes, eles plantam só para uma coisa, sobreviver de sua atividade. Pra onde vai o alimento deles, ninguém sabe", observou.

De Salvo enfatizou também que agressão ao meio ambiente, na agricultura, existe em propriedades grandes tanto quanto nas pequenas. Para ele, a reforma agrária é contraditória no país, porque deixa de atender ao assentado quando ele entra no programa.

"Se ele tem acesso a um pedaço de terra e cresce por competência e capacidade gerencial, deixa de ser objeto de políticas públicas do governo. Para boa parte dos órgãos públicos que tratam do assunto, ele deixa de ser um indivíduo qualificado para projetos de expansão da pequena agricultura", argumentou.

O presidente da CNA alertou para o fato de a agricultura, mesmo a familiar, ser cada vez mais competitiva e exigir do produtor mais conhecimento técnico e a aplicação de novas tecnologias. "Não há espaço para alguém que faz da agricultura um trabalho medieval, com enxada e foice, isso não é mais apropriado para o século 21. Há lugar para todos, se o agricultor estiver tecnificado".

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
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