Prefeituras investem menos de 1% do orçamento em esporte
24-03-2006 17:19
Rio - Apesar do esporte ser tratado como um dos melhores instrumentos para a inclusão social, as prefeituras brasileiras não investiram sequer 1% de seus orçamentos em projetos esportivos no ano de 2003.
Menos da metade dos 5.557 municípios do país tinham parcerias ou convênios voltados para o esporte, que também não era praticado em 88% das escolas públicas devido à falta de instalações.
A radiografia da situação do esporte nos municípios brasileiros em 2003 está no Suplemento de Esporte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (24).
O estudo mostra que embora quase todas as prefeituras brasileiras (93,6%) tenham realizado eventos esportivos, as estruturas financeira, institucional e de pessoal, além de equipamentos e instalações, ainda eram muito deficientes.
Em 2003, 64,6 mil pessoas trabalhavam com esporte nos municípios do país. Esse número representava apenas 1,4% do quadro total das prefeituras.
A maior concentração de profissionais trabalhando com esporte nas cidades foi registrada nas regiões Sudeste (49,6%), Nordeste (21,3%) e Sul (18,9%). A maioria dos funcionários era de nível técnico (64%), não especializado em Educação Física.
Os prefeitos atribuem os baixos índices à falta de recursos. Há três anos, menos de mil cidades (16,6% do total) no país receberam transferências da União ou dos estados para gastos com desporto e lazer. O número foi menor do que no ano anterior, quando 19,2% dos municípios receberam repasses.
O suplemento do IBGE confirma que o Brasil é mesmo o país do futebol: 94,5% das prefeituras realizaram eventos nessa modalidade em 2003. Os campos de futebol estavam presentes em 74,8% dos municípios.
A pesquisa inédita do instituto faz parte de um convênio com o Ministério do Esporte e foi realizada nos 5.557 municípios existentes no país em 2003.
Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil