Nacional

Reajuste para servidores não reduz defasagem salarial, diz professor
30-06-2006 16:44

Brasília - Mais de 30 carreiras do funcionalismo público receberão aumento de salário. Os reajustes variam entre 5% e 190% e vão atingir cerca de 1,5 milhão de servidores. As medidas provisórias que determinam o aumento devem ser publicadas em edição extra do Diário Oficial da União ainda na tarde desta sexta-feira (30), de acordo com o Ministério do Planejamento.

Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, o aumento não é suficiente para reduzir a defasagem salarial e reestruturar as carreiras dos servidores. "Não se pode pretender que a defasagem seja eliminada de uma só vez. O importante seria se ter uma perspectiva de redução gradual dessa defasagem e sinalizar de uma forma consistente para os próximos anos."

O impacto no orçamento deste ano será de R$ 5,5 bilhões. Na avaliação do professor Piscitelli, o valor não deve comprometer as contas do governo. "Há um aumento significativo das despesas públicas, não que isso vá comprometer o orçamento de 2006", diz. Para 2007, o valor deve chegar a R$ 10,8 bilhões. Os dados são do Ministério do Planejamento.

Roberto Piscitelli critica a forma como são concedidos os aumentos do governo federal e acredita que parte dos servidores não ficará satisfeita com o reajuste. "Essas coisas não são feitas com transparência suficiente, então, o fato de aparentemente se ter contemplado um grande contingente de pessoas não significa que se tenha contemplado a integralidade dos servidores e nem de forma igualitária."

Ontem (29), durante entrevista coletiva para anunciar a edição das medidas provisórias, o secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, afirmou que as despesas já estavam previstas na elaboração do projeto de Lei Orçamentária realizado em agosto do ano passado.

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
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