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Brasil precisa de metas mais amplas que redução de juros para crescer, diz economista
09-10-2006 16:23

Rio - Além da redução dos juros, o Brasil precisa ter outras metas para promover o crescimento. A constatação é do integrante do Conselho Federal de Economia, professor Paulo Roberto Lucho. Para o economista, os investidores precisam de um tempo para retomar os investimentos e, por isso, é necessário ter uma estimativa do futuro. Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, ele afirmou que para decidir a compra de máquinas e equipamentos e a contratação de trabalhadores os agentes produtivos trabalham com um prazo médio de no mínimo seis meses.

“Não adianta só ter a expectativa de redução das taxas de juros se não tiver outras metas, outros quesitos que são fundamentais, como melhorar a infra-estrutura do país, sinalizar que não vai ter apagão, ou seja, que vão ser cumpridos também investimentos na área de energia elétrica, estradas, carga tributária é extremamente elevada. A questão central não é só a meta inflacionária. O Brasil precisa ter metas múltiplas, para sinalizar que o investidor possa mesmo comprar máquinas e contratar trabalhadores, ou seja, fazer o país crescer de fato”, explicou.

Lucho considera que diante da possibilidade do país encerrar o ano com inflação na casa de 3%, a situação mostra que foi excessivo o rigor no Banco Central na definição da queda das taxas de juros, uma vez que a estratégia era atingir o centro da meta inflacionária. “Do meu ponto de vista foi extremamente exagerado. O grande instrumento que veio determinar que esta queda da inflação se reduzisse às metas previstas pelo Banco Central foi o câmbio, o grande responsável, hoje, pela queda da inflação, principalmente, porque os produtos importados aumentaram bastante. Isto levou a uma concorrência muito maior de mercadorias consumidas no país e tende de certa forma a derrubar os preços internamente”, disse.

Segundo o integrante do Conselho Federal de Economia, a taxa de juros real em torno de 10% ainda é extremamente elevada se comparada a países como os do norte da Europa, Estados Unidos e até os países emergentes. “Há uma necessidade de redução e temos uma expectativa para a reunião do Copom dos dias 18 e 19 de reduzir mais as taxas de juros. Talvez o Banco Central deixe de ser tão conservador e seja mais ousado”, completou.




Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
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