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Dejetos de animais garantem mais renda e sustentabilidade no campo
11-08-2006 11:42

Egídio: uso de dejetos proporciona auto-suficiência na manutenção da propriedade




Maior produção e melhor produtividade das culturas, solos mais férteis e respeito ao meio ambiente. Estas são as principais vantagens do manejo sustentável dos dejetos de aves e animais, segundo o pesquisador Egídio Arno Konzen, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). Há cinco anos a Empresa vem desenvolvendo estudos do perfil do solo onde se utilizam dejetos de suínos como fertilizante em parceria com a Fundação de Ensino Superior do Rio Verde e a Perdigão Agroindustrial, ambas localizadas em Rio Verde-GO. De acordo com o pesquisador, a complementação da adubação com o biofertilizante tem mostrado efeitos positivos nas culturas do café e do milho, segundo resultados preliminares.

“A produção de café normalmente apresenta boa produtividade num ano e, no ano seguinte, manifesta uma queda acentuada. O uso do biofertilizante tem sinalizado para a redução do efeito da sazonalidade”, explica. Na cultura do milho, segundo ele, em um experimento de cinco hectares no município de Patrocínio-MG utilizando apenas o biofertilizante como adubo, foi alcançada uma produtividade de mais de 9600 kg / hectare, bastante superior à média do Estado. Na safra de 2005/2006 a produtividade alcançada foi de 3850 kg / ha, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O tema foi apresentado na última semana durante a Expolucas 2006, realizada em Lucas do Rio Verde-MT, e no Workshop de Manejo e Utilização de Dejetos e Biodigestores, que aconteceu em Brasília-DF.

IMPACTO AMBIENTAL – O desenvolvimento da suinocultura intensiva a partir da década de 1970, especificamente, chamou a atenção de empresas para o investimento na tecnologia dos biodigestores como forma de evitar a contaminação dos recursos naturais. Incentivado pela legislação ambiental, que prevê estímulos à atividade através de financiamentos, a adoção de biodigestores nas regiões Sudeste e Centro-Oeste já é uma constante. “Os dejetos de suínos, por mais privilegiado que seja seu potencial como fertilizante, devem ser tratados como resíduos poluentes”, explica Konzen. No entanto, continua, “os efeitos indesejados causados pelo uso dos dejetos como fertilizante do solo serão menores com a fermentação dos mesmos em um biodigestor”.

Ainda segundo o pesquisador, o metano, principal componente do biogás e obtido da decomposição dos dejetos de suínos, é considerado vinte e uma vezes mais nocivo para a atmosfera que o gás carbônico. “Daí a necessidade de aproveitamento desse gás a partir do manejo dos dejetos por meio dos biodigestores”, continua Egídio. A tecnologia segue as orientações do Protocolo de Kyoto, que autoriza a redução na emissão de gases de efeito estufa, tema denominado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), destinado a países em desenvolvimento. Outras informações podem ser obtidas junto à Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento .



Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)

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