Ministros condenam hipótese de terceiro mandato para Lula
05-11-2007 11:55
Em meio ao debate sobre a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na quinta-feira (1º), os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Saúde, José Gomes Temporão, registraram posição contrária à proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a reeleição consecutiva para cargos majoritários.
A idéia foi trazida à tona na Câmara pelos deputados Devanir Ribeiro (PT-SP) e Carlos Willian (PTC-MG). A PEC foi aprovada pela CCJ da Câmara em 2000 e desarquivada em abril desse ano. Se levada adiante, a matéria pode abrir uma brecha para um eventual terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Guido Mantega, o debate é "extemporâneo" e "não tem cabimento".
- Essa discussão enfraquece o próprio presidente, que está em pleno exercício do seu mandato. Passa a impressão de que o governo acabou, que está fraco. O presidente Lula não comunga dessa idéia. Essas iniciativas estão sendo tomadas à sua revelia - disse.
Paulo Bernardo concorda:
- É completamente fora de propósito. Uma das prioridades da democracia é a alternância de poder - afirmou.
Temporão acrescentou:
- É um disparate total, uma discussão que não ajuda ninguém. O próprio presidente já se manifestou de forma contrária à idéia.
Senadores petistas, como Sibá Machado (PT-AC), procuraram reforçar os argumentos. Ele frisou que a proposta do PT sobre a reeleição vai no sentido contrário - pela sua extinção e extensão dos mandatos para cinco anos. Eduardo Suplicy (PT-SP) também disse comungar da posição dos ministros governistas.
Para o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), um terceiro mandato do presidente Lula representaria o "fim da democracia".
- Tem gente que está com saudade antecipada das mordomias da máquina. O presidente deveria dizer não só que a idéia é inoportuna, mas que é repulsiva - afirmou.
Raíssa Abreu
Agência Senado