Política

Palácio das Araucárias é nova sede do Governo do Paraná
15-05-2007 12:21

Palácio das Araucárias é o nome do novo edifício do Centro Cívico que a partir desta segunda-feira (14) é a sede oficial do Governo do Paraná. O batismo consta de decreto assinado pelo governador Roberto Requião. Pela manhã, o governador comandou seu primeiro compromisso oficial no Palácio das Araucárias — a reunião “Mãos Limpas”. A transformação da estrutura abandonada havia 20 anos no Palácio das Araucárias representa o resgate do patrimônio público e é o símbolo do governo de Requião. O Estado investiu R$ 29,5 milhões na reforma do edifício, que abriga o comando do Poder Executivo durante a reforma do Palácio Iguaçu.

O novo edifício já está ocupado por funcionários do Gabinete do Governador, da Casa Civil, Casa Militar, Secretaria da Comunicação Social e Cerimonial, que trabalhavam no no Palácio Iguaçu. Servidores de secretarias que funcionam no Complexo Santa Cândida também serão transferidos para o Palácio das Araucárias.

O Palácio das Araucárias foi originalmente projetado para abrigar o Fórum de Curitiba. Entretanto, a obra foi interrompida há 20 anos, após a conclusão da estrutura. Durante o período, o esqueleto do prédio inacabado foi um retrato do descaso com o dinheiro público. Em 2003, Requião determinou a realização de estudo para o aproveitamento da estrutura. A reforma começou em agosto de 2004, com o desmonte dos quatro pavimentos superiores, que estavam comprometidos. Essa etapa foi concluída em maio de 2005.

Em seguida, o prédio teve sua estrutura reforçada com a adição de pilares e vigas. O novo projeto arquitetônico do prédio redefiniu o aproveitamento dos espaços e incluiu o uso de materiais modernos como placas de alumínio, vidro e granito. “O governo resgatou a boa engenharia”, disse o presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (Crea), Gilberto Piva, após visitar a obra em junho do ano passado.

A história — O Centro Cívico começou a ser construído durante o governo de Bento Munhoz da Rocha Neto. Para marcar a comemoração do centenário da emancipação política do Paraná, em 1953, o governador encomendou um projeto ao arquiteto David Xavier Azambuja.

O projeto original previa a construção de prédios para abrigar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em torno de uma esplanada, que serviria como espaço para manifestações públicas. O Centro Cívico já estava previsto no primeiro plano urbanístico de Curitiba, o Plano Agache, elaborado pelo arquiteto francês Alfredo Agache na década de 1940.

Apenas o Palácio Iguaçu e o Tribunal do Júri foram terminados a tempo das comemorações do centenário, em dezembro de 1953. Ao longo dos anos, o Centro Cívico foi ampliado com a construção da Assembléia Legislativa, o Palácio da Justiça, do Tribunal de Contas do Estado, do Fórum e da Prefeitura de Curitiba. O Centro Cívico inclui ainda o Edifício Humberto de Alencar Castelo Branco — atualmente ocupado pelo Museu Oscar Niemeyer — e os edifícios Caetano Munhoz e Affonso Alves.

A esplanada prevista no projeto de Xavier Azambuja é atualmente a Praça Nossa Senhora da Salete, com área de 52 mil metros quadrados. Na década de 1970, a praça teve seu projeto refeito a partir da concepção original pelo paisagista Roberto Burle Marx — que trabalhou com o arquiteto Oscar Niemeyer no projeto de Brasília.

O Palácio Iguaçu — Desde sua inauguração, em 19 de dezembro de 1953, é a primeira vez que o Palácio Iguaçu deixa de ser a sede oficial do Governo do Paraná. Na primeira reforma de sua história, o edifício será finalmente adequado a seu projeto original. De Bento Munhoz da Rocha a Roberto Requião, o Palácio Iguaçu já foi o local de trabalho de 21 governadores, entre homens eleitos pelo voto popular, indicados pela Ditadura Militar de 1964 e vice-governadores e presidentes da Assembléia Legislativa alçados ao cargo.

Muitos deles foram colegas de Atílio Freitas, 78, o “seo” Freitas. Funcionário do Estado há 55 anos, faz 35 que ele é servidor do Palácio Iguaçu. “Já estava por aqui na inauguração, em 53. Na época, trabalhava na segurança do governador Bento Munhoz da Rocha”, recorda-se.

Uma convivência tão longa deixa inúmeras lembranças, mas uma delas marcou seo Freitas. “A visita do Papa João Paulo II, em 1980, foi emocionante. Ver daqui do Palácio Iguaçu aquele mar de gente, que ia até onde a vista alcança, reunida para ver e ouvir o Papa, é algo que nunca irei esquecer.” Desde esta segunda-feira trabalhando no Palácio das Araucárias, seo Freitas está feliz. “É um prédio belíssimo. É uma alegria poder trabalhar aqui”, diz.


AgÊncia Estadual de Notícias
Fotos Julio Covello-SECS
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado