Política

Procurador pede que Minas Gerais e São Paulo investiguem denúncias sobre campanha de Azeredo
24-11-2007 10:00

Procurador pede que Minas Gerais e São Paulo investiguem denúncias sobre campanha de Azeredo

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/ABr







Brasília - O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa o envio de documentos às procuradorias da República de Minas Gerais e São Paulo e ao Ministério Público estadual mineiro.

Joaquim Barbosa é relator do inquérito que investiga o suposto desvio de recursos públicos para a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais, em 1998. O envio dos documentos deve ser feito após a digitalização das peças processuais.

O objetivo é permitir aos órgãos regionais a apuração de fatos que possam resultar no oferecimento de denúncias na Justiça de primeira instância contra outros supostos envolvidos no esquema, que não possuem foro privilegiado.

Na última quarta-feira (21), Antonio Fernando Souza ofereceu denúncia contra 15 pessoas por crimes de lavagem de dinheiro e peculato. Entre os denunciados, estavam Azeredo (hoje senador) e o ex-ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (PTB), que pediu ontem (22) afastamento do cargo.

Entre os alvos das investigações complementares estão o publicitário Duda Mendonça, responsável pelo marketing da campanha de Azeredo; a do publicitário sócia Zilmar Fernandes; e dirigentes do Banco Rural (Kátia Rabelo, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório), que à epoca teriam cometido crimes contra o sistema financeiro nacional.

No pedido ao ministro, o procurador afirma que o Banco Rural simulou “acordo na Justiça para quitar empréstimo que alcançava mais de R$ 13 milhões pelo valor de R$ 2 milhões, sendo que o dinheiro veio de empréstimo do próprio banco”.

Por isso, caberia ao Ministério Público Federal em Minas Gerais apurar as características dos empréstimos concedidos pelo banco às empresas do ex-vice governador Clésio Andrade e de Marcos Valério de Souza, que captavam recursos para a campanha de Eduardo Azeredo.

Antonio Fernando Souza também diz ser necessário apurar, “sob os aspectos civil e penal”, as condutas dos beneficiários dos recursos distribuídos pelo esquema, dentre eles Duda Mendonça. A intenção é saber se os serviços prestados pela agência publicitária à campanha de Azeredo foram pagos com dinheiro público.

À Procuradoria da República em São Paulo, Souza pede a investigação sobre a Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro).

A autarquia, vinculada ao Ministério do Trabalho, tinha contrato de publicidade com a SMP&B, de Andrade e Valério, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Há suspeita de que tenha feito pagamentos superfaturados e sem comprovação de serviços prestados, no total de R$ 24,9 milhões, repassados à agência mineira e a uma empresa gáucha chamada Quality.

O ex-presidente da Fundacentro Humberto Carlos Parro, o ex-assessor de comunicação do órgão José Carlos Crozeira e o ex-diretor administrativo e financeiro Marco Antonio Abreu Rocha prestaram depoimento em 2005 sobre o caso, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.

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