Política

Resultado de votação secreta sobre Renan pode contrariar Conselho de Ética
07-09-2007 12:41

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A votação secreta do processo de cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode apresentar um resultado totalmente diferente das votações do Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Esta avaliação é feita tanto por aliados, como o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), como por defensores da cassação, como é o caso de Renato Casagrande (PSB-ES).

A Constituição Federal e o regimento interno do Senado determinam que, no caso de apreciação de pedido de cassação de um parlamentar, a sessão e o processo de votação devem ocorrer de forma secreta. "Pode ser que a manifestação do senador Renan Calheiros, na quarta-feira (12), durante a votação em sessão secreta convença algum senador", admite Casagrande, que, junto com Marisa Serrano (PSDB-MS), conduziu o processo de investigação para saber se o parlamentar teve contas pessoais pagas por terceiros e concluíram pelo pedido de cassação.

Ontem, logo após a votação no Conselho de Ética quando o processo foi admitido por 11 votos contra quatro, o senador Wellington Salgado afirmou que a decisão "não reflete" uma posição dos partidos sobre o caso. Segundo ele, o voto aberto teria sido responsável pelo resultado e, no plenário, a situação deve mudar. "O julgamento é político e os votos [em plenário] estão bem definidos desde o início em três linhas: poder [disputa pela Presidência do Senado], amizade e ideologia", afirma o senador mineiro.

Perguntado se as derrotas no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seriam indicativos de disposição dos senadores em repetirem os votos no plenário, o presidente da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE), afirmou: "a composição do Conselho de Ética é formada mais pela indicação política do que pela representatividade partidária. Agora, na Comissão de Constituição e Justiça, os partidos indicam seus membros pelo critério da proporcionalidade".

Hoje, Renan reafirmou que não pretende barganhar uma renúncia à presidência da Casa para obter a absolvição dos colegas. Na opinião do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), por exemplo, uma atitude neste sentido "distencionaria" a votação da próxima quarta-feira.

O segundo vice-presidente do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), não acredita na hipótese de renúncia de Renan. Ressaltou, entretanto, que uma ação como essa "seria uma estratégia para buscar apoios". "A meu ver isso não diferencia a posição de quem quer julgar com imparcialidade, não pode diferenciar. Mas, certamente, isso aplacaria consciências e possibilitaria ao senador [Renan Calheiros] obter apoios", disse.


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