Saúde

Campanha levará teste de HIV para mais de 400 unidades de Saúde
04-09-2008 11:18

De 13 de setembro a 15 de outubro, testes convencionais e rápidos anti-HIV estarão disponíveis, gratuitamente, em mais de 400 unidades de saúde do Paraná. A ação faz parte de uma estratégia do Ministério da Saúde e da Secretaria estadual da Saúde para uma mobilização que leve as pessoas a saberem se são portadoras ou não do HIV.

De acordo com o Ministério, somente 30% das pessoas em idade sexualmente ativas (15 a 49 anos) já realizaram exame de aids. Para fazer o teste, basta verificar no site da Secretaria (www.saude.pr.gov.br). A partir do dia 10 de setembro, a unidade de saúde mais próxima onde o teste estará disponível.

“A ação faz parte da campanha Fique Sabendo, do Ministério da Saúde, e tem como principal objetivo diminuir o número de pessoas que desconhecem sua condição sorológica para que o portador tenha um diagnóstico precoce. Isso garantirá melhor qualidade de vida ao infectado”, explica o Secretário de Saúde Gilberto Martin.

Atualmente, estima-se que 620 mil pessoas sejam soropositivas no Brasil. No Paraná, há uma estimativa de que existam em torno de 20 mil infectados. “O vírus pode ficar até 10 anos no organismo sem manifestar qualquer sintoma, levando muitas pessoas a descobrirem a doença apenas em fase terminal”, explica Francisco Carlos dos Santos, chefe da divisão de controle de DST/AIDS da Sesa.

De acordo com ele, sem conhecer sua condição sorológica, a pessoa HIV positiva pode se tornar uma transmissora involuntária da doença. Assim, o conhecimento dessa informação pode prevenir a infecção de milhares de indivíduos. “Investir no diagnóstico do HIV é uma decisão que pode impedir que a Aids se espalhe pelo nosso país”, completa.

Para Abegail Fernandes de Oliveira (43), que descobriu que tinha aids há oito anos, a ação é uma forma de evitar o sofrimento do portador. “Quando eu descobri que era HIV positiva, minha condição de saúde já se encontrava bastante debilitada. Se eu soubesse antes, não teria sofrido tudo que sofri. Aqueles que têm a chance devem realizar o teste o quanto antes. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhor será a qualidade de vida do portador”.

Gatyane Fontes (32) soube que era portadora há quatro anos e também incentiva a testagem rápida. “A princípio eu levei um choque com o resultado, mas depois percebi que o tratamento é a melhor arma contra o vírus. Hoje em dia com o avanço da medicina é possível levar uma vida completamente normal e longa a pesar da doença”.

O diagnóstico precoce só oferece vantagens ao portador, em especial durante a gravidez, estar ciente da doença faz uma grande diferença. “Mães soropositivas aumentam suas chances de terem filhos sem o HIV se forem orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, o parto e o puerpério”, ressalta Francisco.

Mais de 98% dos municípios do Estado já aderiram à mobilização. Desses, 30% disponibilizarão os testes rápidos, que levam apenas 40 minutos para ficar pronto e serão realizados através de punção digital, para a qual é necessário retirar apenas uma gota de sangue do indivíduo. Os demais municípios realizarão testes convencionais, apresentando o resultado em sete dias.

Não há necessidade de apresentar documento de identidade para a testagem. Profissionais de saúde estarão bem preparados para prestar apoio às pessoas e aconselha-las em caso de resultado positivo. O alvo da campanha é qualquer pessoa já tenha sido exposta a alguma situação de risco como: compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, realização transfusão de sangue infectado ou ter mantido relações sexuais sem o uso de preservativo.

“No cenário de uma doença de transmissão predominantemente por via sexual, todas as pessoas que tenham relações sexuais desprotegidas podem ser expostas ao vírus”, alerta a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão.

A maior ocorrência de casos de aids acontece na faixa etária de 25 a 35 anos. Pode-se afirmar, portanto, que essas pessoas foram infectadas na adolescência. Por esse motivo, essa será a população prioritária da campanha.


Cenário global – Hoje, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids), 33 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Em 2007, ocorreram 2,7 milhões de novas infecções pelo vírus e 2 milhões de pessoas morreram em decorrência da aids.

No Paraná, o primeiro caso foi detectado em 1984. O último relatório, de 2006, aponta 983 novos casos diagnósticos de HIV/aids. Destes, 23,7% dos pacientes faleceram. As regionais de Paranaguá e Metropolitana são as com maior incidências de diagnósticos, 19,22 e 16,55 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.


Agência Estadual de Notícias
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