Saúde

Chuvas reduzem pontos próprios para banho nas praias do Paraná
06-01-2010 20:11


O grande número de veranistas e as chuvas prolongadas dos últimos dias reduziram os locais próprios para banho no Litoral paranaense, após o feriado de revellion. O quarto boletim de balneabilidade, divulgado nesta quarta-feira (06) pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), informa que dos 43 pontos avaliados nas praias paranaenses, 29 apresentam condições impróprias para banho. Outros 14 pontos estão classificados como próprios.

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, esclareceu que cada um dos pontos considerados impróprios nesta semana correspondem a apenas 200 metros de interdição devido à emissão de esgoto sanitário e presença de coliformes fecais - 100 metros à esquerda e 100 metros à direita das placas indicativas.

Os índices aumentaram significativamente se comparados à amostragem da semana passada. Duas condições são determinantes para este resultado: o grande número de pessoas nos municípios litorâneos devido ao feriado de fim de ano, e índice elevado de precipitação nos sete dias anteriores à amostragem, o que aumenta a vazão dos canais drenagem que deságuam nas praias.

De fato, pontos amostrados próximos a desembocaduras de rios e canais são os que apresentam os índices mais elevados. Isto ocorre porque o sistema de coleta de esgoto é feito somente em uma parte dos municípios, estando grande parte das residências dos moradores não-contemplada por sistema de coleta e tratamento de esgoto, além das ligações irregulares nas galerias pluviais. Outro problema são fossas inadequadas que em dias de chuva podem transbordar e atingir o lençol freático. Os pontos com menores índices de Escherichia coli geralmente são aqueles localizados em regiões de baixa densidade populacional e distante das desembocaduras de rios e canais.

Nos rios e baías apresentam condições próprias para banho o Rio Marumbi, em Morretes, e o Rio do Nunes, em Antonina. A localidade da Ponta da Pita e o Rio Nhundiaquara em Porto de Cima e no centro da cidade de Morretes apresentam condições impróprias para banho.

RESULTADOS POSITIVOS - O secretário Rasca Rodrigues alertou para a redução no número de Escherichias coli encontradas na água, se comparado ao mesmo período do ano passado.

A coleta de água realizada no dia dois de janeiro de 2008, no ponto localizado em frente ao mercado de pescado, na Praia Central de Matinhos, apresentou 23 mil Escherichia coli para cada 100 mililitros de água amostrada. Na coleta desta semana, o número de bactérias encontradas no mesmo local foi de 1890 mil bactérias para cada 100 mililitros de água.

Ainda em Matinhos, no ano de 2008 o número de bactérias encontradas à esquerda do morro era 33 mil Escherichia coli para cada 100 mililitros de água balneabilidade e, hoje apresenta 1972 bactérias por mililitro. Já em Guaratuba, no ponto localizado à direita do Rio Prainha, haviam 70 mil Escherichia coli para cada 100 mililitros e hoje o volume de bactérias é de 1737.

“Estes números demonstram que o Governo teve uma visão em prol da saúde dos paranaenses e do saneamento do Litoral. O Programa Se Ligue na Rede está trazendo resultados surpreendentes para a melhoria da balneabilidade das praias e comprovam a eficácia da parceria entre o IAP, Força Verde e Sanepar com as blitz de esgoto”, disse o secretário.

A Escherichia coli é um dos microrganismo tido como habitante natural da flora microbiana do trato intestinal de humanos e de animais de sangue quente e que indica a presença de esgoto na água. De acordo com a legislação federal, para um local ser classificado como próprio para banho pelo menos 80% das amostras coletadas nas últimas cinco semanas devem apresentar até 800 escherichias coli para cada 100 mililitros de amostra. Apresentando mais de 2 mil coliformes fecais por 100 mililitros, o local é considerado impróprio para banho.

FRENTE FRIA E POLUIÇÃO - A bióloga e pesquisadora do Programa de Sistemas Costeiros e Oceânicos do Centro de Estudos do Mar (CEM- UFPR), Franciane Pellizzari, que está trabalhando com a balneabilidade, explica que o grande número de pessoas, aliado a uma frente fria, prejudicaram a balneabilidade.

“A frente fria que chegou ao Paraná no dia 1o de janeiro, permanecendo sobre a Costa até o último dia 06, foi fator determinante para estes resultados”, avalia Franciane. Ela ainda disse que o vento sul intenso, e a alta amplitude das ondas mantiveram as massas de água ‘grudadas’ na costa, impossibilitando o fluxo e a movimentação das correntes marítimas.

“O vento forte e as ondas não permitiram a renovação das correntes, mantendo alguns locais impróprios para banho. Já o aumento da poluição pode ser atribuído aos resíduos gerados pelos 1,2 milhão de pessoas que estiveram no Litoral no período da coleta”, destaca.

Os resultados das análises serão divulgados semanalmente até o final do mês de março, nos endereços eletrônicos www.sema.pr.gov.br e www.iap.pr.gov.br, nas barracas de balneabilidade e por panfletos distribuídos em locais estratégicos.

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