Dia de combate à raiva será lembrado domingo
27-09-2008 04:03
O Dia Mundial de Combate a Raiva vai ser lembrado neste domingo (28). Instituída há dois anos, a data tem como objetivo lembrar a população dos riscos causados pela doença. Segundo Vânia Osna, enfermeira da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, no ano passado a campanha contou com a adesão de 74 países e a expectativa é que esse número aumente em 2008.
No Paraná, o último registro da doença em humanos ocorreu no ano de 1977, quando foi identificado um caso de raiva transmitida por cão, no município de Nova Cantu. Em 1988, outro caso foi registrado, porém a transmissão ocorreu com morcego, no município de Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba. “Atualmente nós não temos mais registros de raiva humana, somente de raiva animal”, garante Vânia.
De acordo com a enfermeira, são feitos cerca de 30 mil atendimentos de profilaxias de raiva anualmente no Estado. Ela acredita que há pessoas que não estão tomando os devidos cuidados para evitar a doença, que pode ser letal.
Em agosto, a Secretaria da Saúde, em parceria com as Secretarias municipais pertencentes a 9ª Regional de Saúde, com sede em Foz do Iguaçu, realizou uma campanha de vacinação anti-rábica em cães e gatos. Da meta inicial de 157 mil animais, até o momento já foram vacinados 118 mil.
VÍRUS - A raiva é um vírus transmitido pela mordida, arranhadura ou lambedura de qualquer mamífero infectado. Segundo a enfermeira, ao entrar em contato com o vírus a pessoa deve imediatamente lavar o ferimento e se dirigir a Unidade de Saúde mais próxima. Lá o paciente receberá o tratamento profilático, que consiste no recebimento da vacina para evitar que a doença se desenvolva.
Vânia destaca que em acidentes envolvendo cães, o animal deve ser observado por dez dias. Caso ele morra, o serviço de vigilância sanitária deve ser acionado para recolhimento do material, que deverá ser encaminhado para análise.
Segundo a enfermeira, a vacina utilizada para o tratamento da raiva é totalmente segura e o soro é de ótima qualidade. “Nós usamos uma vacina muito segura. Antes de 2002, tínhamos uma vacina que causavam algumas reações não desejadas. Hoje em dia é utilizada uma vacina de cultivo celular extremamente segura” disse.
Ela destaca que não existem contra indicações para a tomada da vacina, no entanto profissionais que tem pré-exposição a animais, como veterinários, devem tomá-la mesmo sem ter contato com a doença.
Paulo Guerra, coordenador do Programa Estadual da Raiva, alerta para os cuidados que devem ser tomados quanto aos morcegos, que também são transmissores da doença. “Ao entrar em contato com um morcego a pessoa deve lavar as mãos com água e sabão e procurar imediatamente um posto de saúde para tratamento”.
O coordenador destaca que hoje existem seis Centros de Controle de Zoonoses, que oferecem vacinas anti-rábica canina gratuitamente. Estes Centros estão localizados nos municípios de Araucária, Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Maringá.
Atualmente cerca de 55 mil pessoas morrem de raiva por ano. Os mais atingidos são os países da África e Ásia, onde 50% das mortes entre menores de 14 anos são causadas pela doença.
AEN