Saúde

Especialista diz que reprodução assistida no Brasil acompanhou evolução mundial
25-07-2008 20:19

Brasília - Há exatos 30 anos, nascia a inglesa Louise Brown, conhecida como o primeiro bebê de proveta do mundo. Para a chefe de laboratório do Instituto Brasil de Reprodução Assistida (Ibra), Rafaela Scheffer, a evolução nos procedimentos de reprodução assistida não pode sequer ser quantificada. Ela lembra que, até 1978, incontáveis tentativas foram feitas e inúmeros foram os óvulos colhidos até que Louise pudesse nascer.

“Na época, não existiam os medicamentos que a gente usa hoje, não existiam técnicas avançadas. Os homens que tinham poucos espermatozóides não tinham como ser pais e, hoje em dia, temos uma técnica super evoluída de injetar um único espermatozóide dentro do óvulo.”

Em entrevista ao Revista Brasil, da Rádio Nacional, Rafaela destacou que uma das técnicas mais avançadas com a qual a reprodução assistida conta, atualmente, é a possibilidade de congelar óvulos. O procedimento, segundo ela, representa “uma bandeira de esperança” para pacientes que se submetem a quimioterapia ou radioterapia e que, em conseqüência do tratamento, têm sua capacidade reprodutiva reduzida ou mesmo abolida.

Ela lembrou que, há 30 anos, a idéia de que um bebê de proveta pudesse vir ao mundo era quase inconcebível, “uma coisa que estava todo mundo pesquisando mas que parecia impossível”. Atualmente, de acordo com Rafaela, o procedimento já se tornou “rotineiro” na prática da reprodução humana.

Para a especialista, a técnica brasileira merece elogios e o país “não fica devendo” no que se refere aos procedimentos praticados na Europa e nos Estados Unidos. Entretanto, uma das áreas que, segundo ela, ainda precisa avançar é a de congelamento de óvulos, por conta dos altos registros de gravidez múltipla.

“Quando você faz o tratamento, coloca dentro do útero materno, no máximo, quatro embriões permitidos por lei e aumenta a taxa dessa mulher de ter gestação múltipla. É um risco materno, um risco para a vida da mãe. Nisso, a gente tem que evoluir. Atualmente, determinados países já colocam dois embriões e, às vezes, somente um.”

O ideal, de acordo com Rafaela, é que a transferência de um único embrião possibilite a gravidez. O principal obstáculo brasileiro, segundo ela, é o alto custo. “A gente usa tudo importado. O Brasil ainda não tem insumos para isso e, além disso, os medicamentos são muito caros. Mas acho que o futuro, realmente, vai ser esse.”


Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
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