Saúde

Especialistas de todo País debatem mortalidade materna, em Curitiba
09-06-2008 12:45

O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, participou nesta sexta-feira (6) da abertura do I Seminário de Mortalidade Materna do Paraná e do I Seminário Nacional de Experiências Bem Sucedidas para Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, em Curitiba. O evento é organizado pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paraná (Sogipa) e segue até este sábado (07), no Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores das Indústrias do Paraná (Cietep).

“A Secretaria estadual da Saúde participa deste evento em apoio a esse tipo de discussão, não só por tratar de uma questão de saúde pública, mas também por que a redução da mortalidade materno-infantil é uma das principais metas do Governo do Estado e isso pode ser observado por inúmeras ações, entre elas a implantação dos Centros de Atenção Integral a Saúde da Mulher e da Criança”, destaca Martin.

Durante dois dias, aproximadamente 350 profissionais, ligados à área da saúde de diversos estados, participam de discussões sobre que envolve a saúde da mulher em idade fértil. Tais como qualificação e atenção obstétrica, planejamento familiar, parto domiciliar, banco de leite, redução da transmissão vertical de DST/Aids.

O presidente da Sociedade de Ginecologia, Hélvio Bertolozzi Soares, disse que além de discutir experiências regionais também pretende-se “detectar medidas que possam ser usadas nacionalmente”. A mortalidade materna é considerada alta no Brasil, de 60 por 100 mil. No Paraná, o índice é de 50 por 100 mil habitantes. “Apesar de termos programas efetivos, ainda há muito que melhorar”, completa Soares.

Para Maria do Socorro Marques Luz, assistente social sanitarista de Maceió (Alagoas), “essa é uma oportunidade importante de intercâmbio de experiências que podemos tanto contribuir quanto receber informações”. Segundo ela, Alagoas desenvolve trabalhos constantes com o apoio do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Materna e também pelas equipes do Programa de Saúde da Família visando melhorar as condições de saúde. Entretanto, “ainda temos índices perversos. A nossa maior dificuldade, não é com o sistema de saúde, mas são decorrentes das condições de vida da população como um todo”.

Experiências Bem Sucedidas – “Será que nada deu certo em 20 anos de SUS? Será que só temos experiência negativas?” questionou o diretor de ações estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França. De acordo com ele, “o Brasil é considerado o segundo país no acompanhamento a mortalidade materna. Perdemos apenas para o Peru, onde a situação é tão ruim que qualquer coisa que se faça ganha muito destaque” ressalta.

O secretário Gilberto Martin informou que nos últimos nove anos o Paraná “teve uma redução de 34% na mortalidade materna e 28% na infantil, isso foi possível através da ampliação da capacidade da rede de atenção das mulheres e crianças, somando com os investimentos feitos na gestação de alto risco e no Ser Mulher”. Atualmente, 38 Centros de Atenção Integral à Saúde da Mulher e da Criança encontram-se em funcionamento. Ao todo estão sendo investidos cerca de R$ 20,6 milhões para a obra e aquisição de equipamentos para a implantação de 45 centros no Estado. Martin completou enfatizando que os resultados e os objetivos propostos contam com o auxilio da “estrutura física, profissional e Governo”.

Outra medida significativa, principalmente pelo impacto nacional que irá gerar, é a assinatura da Portaria nº 1.119, de 05 de junho de 2008, a qual regulamenta a vigilância de óbitos maternos. “Com isso caberá ao gestor municipal a investigação do óbito materno e ao Comitê o estudo das causas”, explica França. Segundo ele, até então, era comum ter registros de “morte materna como parada cardiorespiratória ou falência múltipla de órgãos e não como hemorragia, complicações por aborto ou hipertensão”.

A portaria estabelece como morte materna aquela ocorrida durante a gestação e até 1 ano após o parto. A faixa etária de mulheres em idade fértil ficou fixada entre 10 e 49 anos.

Homenagem – Durante o evento ocorreu a entrega do prêmio Luiz Fernando Cajado de Oliveira Braga, morto em 1994, o ex-presidente da Sogipa foi um grande incentivador do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Materna.

O objetivo é valorizar os brasileiros que mais se destacaram no combate à mortalidade materna e neonatal. Os homenageados foram: Regina Coeli Viola, coordenadora da área técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde; Adson França, diretor de ações estratégicas do Ministério; professor Sérgio Martins Costa (RS); professor Jacob Arkader (RJ); e a enfermeira Vânia Muniz Soares, da Secretaria de Saúde do Paraná.

AEN
Foto:Venilton Kuchler
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