Saúde

Estudantes internados em hospitais paranaenses têm ensino especial
05-06-2007 17:08

A Secretaria de Estado da Educação começou nesta segunda-feira (04) o atendimento educacional a estudantes internados em hospitais do Estado. O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (SAREH) vai ser realizado em parceria com a Secretaria da Saúde e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Nessa fase inicial o programa vai atender seis instituições hospitalares em Curitiba, além dos hospitais universitários de Maringá e Londrina.

Em Curitiba, o serviço se inicia nos hospitais Erasto Gaetner, Evangélico, do Trabalhador, de Clínicas da UFPR, Associação Hospitalar de Proteção à Infância Doutor Raul Carneiro – Pequeno Príncipe, e Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APACN).

“Só as pessoas que têm na família uma criança hospitalizada sabem a importância deste programa, não apenas do ponto de vista da escolarização, mas também do ponto de vista da socialização”, destacou o secretário da Educação, Mauricio Requião. “É um programa que possibilita ao estudante hospitalizado receber os mesmos conhecimentos repassados na escola”, ressaltou.

O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar é destinado aos estudantes do ensino fundamental e médio, e tem equivalência de freqüência e de aproveitamento escolar. O atendimento pode ocorrer, com permissão médica e com o consentimento dos pais, tanto no leito hospitalar ou em um ambiente especialmente reservado à educação no hospital, como é o caso da “Escolinha”, ambiente destinado ao aprendizado das crianças na APACN.

O projeto piloto do que é hoje o SAREH foi implantado na APACN, que é uma casa hospedeira, onde crianças carentes do interior do Estado e de todo o Brasil, que precisam de tratamento médico prolongado nos diversos hospitais de Curitiba, podem permanecer com o responsável durante o tempo necessário. Conforme a vice-presidente da APACN, Vera Andretta, lá já foi possível sentir as respostas positivas resultantes do SAREH, principalmente porque algumas crianças ficam fora da escola por muito tempo, dependendo da exigência de cada tratamento.

“Estamos comemorando a implantação do programa, porque nosso objetivo sempre foi conseguir essa parceria com a Secretaria da Educação para validar o ensinamento que as crianças recebem aqui, assim como oferecer estrutura pedagógica e professores”, disse Andretta.

Segundo Angelina Matiskei, chefe do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional da Secretaria da Educação, os professores que compõem a rede de escolarização hospitalar participaram de um curso preparatório e já estão trabalhando nos hospitais. “Estes estudantes terão um tratamento individualizado e o médico responsável nos dará o parâmetro para dosar o ensino”, explicou.

Para a realização do programa foram selecionados, via edital, 24 professores e oito pedagogos que darão atendimento nos oito hospitais que firmaram termo de cooperação técnica com o governo.

“Acho ótimo que as crianças tenham aulas aqui, porque quando voltam para a escola elas conseguem acompanhar os colegas. Além disso, é uma ocupação e ajuda na recuperação delas”, afirma Maria do Socorro de Melo, mãe de Ícaro de Melo Rosa de sete anos, que há mais de um ano vem da Bahia para fazer tratamento de uma doença rara, denominada “Wscot Aldrich”, que gera a queda de plaquetas, provocando lesões na pele.

“O Ícaro, assim como muitos outros, passou por uma transfusão de medula, precisando permanecer muito tempo nesse ambiente. Se não fosse o programa, estaria excluído da escola”, disse Maria Lucia Kayal, que coordena o SAREH na APACN, desde o projeto piloto.

Já Ester Albuquerque de Oliveira (18) veio do Mato Grosso e, enquanto aguarda uma transfusão de medula, iniciou os estudos no ensino médio, mesmo tendo de receber atendimento dos professores no leito. “Espero não ter de aguardar tanto tempo para voltar à vida normal. E fico feliz em poder continuar estudando aqui, apesar do meu estado de saúde”, afirma.
A escolha dos hospitais para a implantação do SAREH foi estratégica, uma vez que em Curitiba chegam crianças de todas as regiões do País para realizar tratamento médico, e Londrina e Maringá, por absorverem boa parte dos atendimentos do interior do Estado.

Agência Estadual de Notícias
Foto-Levy Ferreira-SEE
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