Forma de divulgação do novo medicamento recebe críticas por causar falsa expectativa
14-07-2009 13:56
Brasília - O representante da organização não governamental Grupo Otimismo, Carlos Varaldo, comemorou a decisão da Anvisa de liberar o uso do tosilato de sorafenibe para o tratamento do câncer de fígado, mas considerou “lamentável” a forma como a nova medicação foi divulgada..
“Da forma como foi anunciada, a autorização da Anvisa criou uma falsa expectativa entre as pessoas com cirrose ou com câncer de fígado”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Ele disse que tem recebido muitos e-mails de pessoas que estão com cirrose e que acreditaram que o medicamento fosse um tratamento para câncer. “E não é! Ele é um tratamento que dá uma expectativa de vida maior para que, neste meio tempo, apareça um fígado para que o paciente possa se sujeitar ao transplante”.
Varaldo criticou as dificuldades de doação. “Se essas pessoas não se transplantarem imediatamente irão morrer. Como existem sérios problemas para a captação, para a realização de transplante de fígado, e de órgãos de uma maneira geral, no país, este medicamento outorga a essas pessoas uma sobrevida de quatro meses”.
Para ele, a vantagem de aumentar o tempo do paciente é que nesses quatro meses pode surgir a oportunidade de conseguir um transplante.
“É um avanço muito grande porque quatro meses para aquela pessoa que tem 30 dias de expectativa de vida é um tempo enorme. Pode, às vezes, ser o tempo necessário para que a pessoa entre na frente na fila de espera pelo critério de gravidade e o primeiro fígado compatível será destinado a essa pessoa que será transplantada e terá a oportunidade de sobreviver”.
Ele esclareceu que quando uma pessoa desenvolve um câncer passa na frente na lista de transplante.
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Edição: Tereza Barbosa