Saúde

Governador e ministro inauguram em Curitiba primeiro laboratório da Fiocruz no Sul do País
05-08-2009 11:59

O governador Roberto Requião e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, inauguraram nesta terça-feira (4), no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Curitiba, a Planta de Insumos e Diagnósticos para Saúde e o Instituto Carlos Chagas (ICC), Unidade Técnico-Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Paraná.

“O Tecpar está presente no Paraná com inúmeros laboratórios e uma belíssima usina de biodiesel que funciona como uma cooperativa. Agora, temos essa parceria com a Fiocruz que nos orgulha muito”, disse Requião.

O ministro destacou a importância da primeira unidade da Fiocruz no sul do país no projeto de expansão em pesquisas tecnológicas. “Estamos diante de uma unidade que vai fazer pesquisas, qualificar pessoas e desenvolver plataformas importantes para a saúde”.

CONVÊNIO - Durante a cerimônia, foi assinado o acordo de cooperação técnico-científica entre Ministério da Saúde, o Governo do Paraná, a Fiocruz, o Tecpar, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e as seis universidades estaduais do Paraná.

O governador destacou a importância da parceria com a Fiocruz no desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, medida que, segundo ele, vai agilizar os processos e baratear os custos. “Investindo em pesquisas, o governo consegue priorizar as necessidades da população. As parcerias com entidades públicas permitem o acompanhamento de toda pesquisa e evitam com que ela se perca como ocorria com muitas parcerias com empresas privadas”, relatou Requião.

O vice-governador Orlando Pessuti avaliou a iniciativa e disse que o Paraná é a entrada e a saída de boas soluções. “É com grandes parcerias que alcançamos esses resultados”, analisou.

A secretária de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, afirmou que, com a iniciativa, o Paraná demonstra ao país que tem papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias de última geração. “Essa é uma nova concepção de como podemos avançar em novas tecnologias na saúde”, afirmou

Para o diretor-presidente do Tecpar, Aldair Rizzi, o Paraná se consolida à frente de outros Estados na preparação de mão-de-obra qualificada parta o setor. “Vamos desenvolver um projeto de ponta, proporcionando uma cooperação com universidades para garantir a qualificação dos profissionais envolvidos em pesquisas tecnológicas”.

CARLOS CHAGAS - A inauguração do Instituto Carlos Chagas (ICC) marcou o centenário da descoberta da doença de chagas no Brasil. No campus do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o Instituto ocupa uma área de 2,4 mil2 com modernos laboratórios equipados com o que existe de mais avançado na área de diagnósticos em saúde.

“Estamos dando prioridade aos investimentos na área da saúde e em firmar o Brasil como centro de referência em pesquisas nesta área”, disse Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz.

Responsável por diversas pesquisas na área de virologia, o ICC conta com mais de 100 colaboradores, 12 pesquisadores, 26 doutores e 15 mestres que desenvolvem projetos na área da saúde, com destaque a estudos sobre a dengue, hantavírus e Trypanosoma Cruzi.

PLANTA DE INSUMOS - Para a construção da Planta de Insumos para Diagnósticos, foram investidos R$ 17 milhões, dos quais R$ 5 milhões são provenientes do governo estadual. A estrutura ocupa uma área de 2 mil m2, composta por oito salas de produção, equipadas com sistemas de alta tecnologia. O prédio possui um moderno sistema de segurança sanitária que garante a qualidade dos produtos testados.

A Planta, pioneira no país, será usada na produção dos reagentes necessários para os kits Nat (testes de ácido nucléico), utilizados para detectar Aids (HIV) e Hepatite C (HCV).

A tecnologia será usada pelos bancos de sangue na triagem das bolsas, possibilitando a verificação de possíveis contaminações de vírus, agindo diretamente na janela imunológica. Com esse avanço, as transfusões sanguíneas, que em todo o país chegam a 3,5 milhões no Sistema Único de Saúde (SUS), ficarão mais seguras.

Os insumos produzidos no Paraná serão encaminhados ao Instituto de Tecnologia e Imunobiológico Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, onde os kits serão finalizados e só então encaminhados ao Sistema de Saúde.

Outros produtos, que já estão em análise, poderão ser produzidos pela Planta de Insumos para Diagnósticos em Saúde, com destaque para o multiteste, que é capaz de verificar, ao mesmo tempo, até 100 doenças em até 100 indivíduos, tendo o resultado pronto em 30 minutos.

Inicialmente, o multiteste se concentrará no diagnóstico de HIV 1/2, HTLV I/II, sífilis, doença de Chagas e hepatite B – doenças que podem ser transmitidas pelo sangue. Além disso, também estão sendo realizados estudos para detectar novos alvos potenciais para drogas contra a doença de Chagas.


Agência Estadual de Notícias
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