Saúde

Governo inaugura laboratório e unidade clínica para testar medicamento genérico
28-02-2008 13:22

A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entregou nesta quarta-feira (27) à população paranaense o Centro de Bioequivalência e de Apoio à Pesquisa Clínica e as novas instalações da Unidade Clínica de Apoio à Bioequivalência do Hospital de Clínicas, em Curitiba. Com a inauguração das instalações, que receberam investimento de R$ 1,75 milhão, o Paraná passa a contribuir com a política nacional de medicamentos genéricos. “A população brasileira passa a ter no Paraná mais um pólo científico capaz de autorizar a circulação de medicamentos genéricos, que são em média 40% mais baratos que os convencionais e de igual qualidade”, disse a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.

O coordenador do projeto Rede de Equivalência e Bioequivalência de Medicamentos, Roberto Pontarollo, comentou a importância do laboratório. “Uma das limitações para a existência de uma maior quantidade de medicamentos genéricos, mais baratos que os remédios de marca’ é a ausência de laboratórios capazes de atender às exigências da legislação brasileira, o que obriga o Governo Federal a credenciar laboratórios estrangeiros para a prestação desse serviço. No Paraná, com a instalação desse Centro de Bioequivalência na UFPR, financiado com recursos do Governo do Estado, e com os outros três que virão, esse quadro mudou”, esclareceu.

O primeiro ato da solenidade deu-se no Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no campus Jardim Botânico, onde foi inaugurado o Centro de Estudos de Biofarmácia, o primeiro do Estado equipado com tecnologia para realização de exames de bioequivalência. O segundo ato da inauguração dos novos equipamentos aconteceu no 11º andar do Hospital das Clínicas (HC), onde está instalada a Unidade Clínica de Apoio à Bioequivalência. “Os voluntários para testes de bioequivalência terão um setor preparado para recebê-los”, disse Giovanni Loddo, diretor do HC.

INVESTIMENTOS – A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está investindo R$ 4,5 milhões na implantação da Rede Estadual de Equivalência e Bioequivalência de Medicamentos. A Rede certificará a eficácia dos medicamentos testados e contribuirá para a formação acadêmica de alunos e professores, que contarão com tecnologia de ponta para a realização de suas pesquisas. “Poucos governos têm a coragem de investir em pesquisa, porque os investimentos nessa área não aparecem de imediato, os resultados são a médio e longo prazo”, disse a secretária Lygia Pupatto.

Com a Rede Estadual de Equivalência e Bioequivalência de Medicamentos, o Governo do Estado oferece às indústrias farmacêuticas uma opção no cumprimento das exigências da Lei 9.787/99, que exige testes de equivalência farmacêutica para os remédios genéricos, para garantir que a composição do produto é idêntica ao do medicamento que lhe deu origem; e de bioequivalência, realizados em seres humanos para garantir que serão absorvidos na mesma concentração e velocidade que os medicamentos originais.

São quatro as novas unidades previstas pelo Governo do Paraná que constituirão a Rede Estadual de Equivalência e Bioequivalência de Medicamentos. A ativação do Centro de Controle de Qualidade e Estudos de Equivalência de Medicamentos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a implantação do Laboratório de Equivalência Farmacêutica da Unioeste-Lefvel custarão R$ 500 mil cada uma. A maior parte dos recursos será investida na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e na UFPR - R$ 1,75 milhão em cada uma. As duas universidades serão equipadas com laboratórios de bioequivalência, habilitados a realizar testes em seres humanos e terão suas unidades clínicas adequadas, com isolamento, número de leitos suficientes, UTI e equipamentos de emergência necessários à internação de voluntários e realização de todas as atividades no estudo da bioequivalência.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tem registrados genéricos de mais de 300 princípios ativos, totalizando mais de 11.000 apresentações e aproximadamente 100 classes terapêuticas, englobando as doenças mais comuns na população brasileira. O marcado brasileiro de genéricos cresce 25% ao ano. Esses medicamentos correspondem a 15% das vendas do setor farmacêutico. São vendidas anualmente mais de 250 milhões de unidades no País, com faturamento superior a US$ 1,1 bilhão.

AEN
Foto:SETI
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