Hospital do Trabalhador faz campanha contra a violência
20-08-2008 17:55
Durante todo o mês de agosto, o Hospital do Trabalhador (HT) realiza campanha contra a violência na capital. O slogan “A violência contra a mulher fere a nós todos”, mostra a preocupação da diretoria da instituição com o número de casos registrados envolvendo mulheres.
Em 2007, o Núcleo de Epidemiologia do HT registrou o atendimento de 997 pessoas. Destes, 22,37%, ou seja, 223 procedimentos foram realizados em mulheres da faixa etária de 30,7 anos – todas vítimas de violência.
Durante 2006, os índices apontam 134 atendimentos a esse público, dentro de um quadro geral de 988 agravos (atendimento de urgência). Até junho de 2008, dos 494 notificações, 132 foram resultantes de violência contra mulher (26,72%).
“Se fizermos uma avaliação do número dessas ocorrências, vemos que de um ano para outro - 2006 para 2007 - o aumento de casos foi de mais de 65%. Isso é algo que envolve mais do que assistência em saúde, mas, principalmente, a consciência da população. Por isso, essa campanha pode ser caracterizada como fundamental”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin.
O diretor técnico do Hospital do Trabalhador, Hermann Valentim Guimarães, espera que, cada vez mais, haja uma conscientização da população para denunciar os casos de agressões e, com isso, inibir a ocorrência da violência. “Com a prevenção também evitaremos uma sobrecarga do sistema de urgência e emergência” destaca.
Os cartazes da campanha serão disponibilizados em locais públicos. Como, por exemplo, no transporte coletivo. Segundo o Dr. Hermann, as campanhas educativas desenvolvidas pelo HT têm obtido resultados significativos. “Todo final de ano e no período de festas juninas ocorre a divulgação de acidentes com fogos de artifícios. Com isso, tivemos uma redução de 20% nos eventos que chegaram até o hospital, mas é preciso realizar a campanha todos os anos para que os resultados apareçam” explica.
Roberta Garcia, enfermeira do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar, explicou que muitos casos de violência são percebidos após conversa com médicos e psicólogos que atendem a vitima. “A notificação é necessária para que seja possível combater essa violência, para que não seja apenas mérito estatístico” destaca. Após a notificação do caso – assinada pela paciente vitimizada – é feito o encaminhamento ao distrito sanitário e demais órgãos competentes.
Outro exemplo de campanha do HT foi a desenvolvida contra mordedura de cão. De acordo com o Núcleo de Epidemiologia, em 2006, casos envolvendo mordedura de cão correspondiam a 31,4% dos atendimentos de urgência. Atualmente, esse tipo de atendimento corresponde a 17%.
Tipos de violência (Box)
Física – Agressão intencional com uso de força física, arma ou objeto. Causando ou não danos. Lesões internas ou externas no corpo.
Psicológica – Insultos, xingamentos, humilhações, ameaças, chantagens, discriminação ou qualquer ato que cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que perturbe o pleno desenvolvimento.
Sexual – Estupro, forçar relações sexuais (com ou sem violência física).
Patrimonial – Quando objetos pessoais, instrumentos de trabalho, documentos, bens ou recursos econômicos da mulher são retidos, furtados ou destruídos.
Moral – Acontece quando a mulher se torna vítima de calúnia, difamação ou injúria.
Agência Estadual de Notícias
Foto:SESA