Saúde

Ministério da Saúde terá normas para definição mais precisa de causas da morte materna
12-05-2008 11:55

Brasília - Nos próximos dias, o Ministério da Saúde publica uma portaria com normas para melhorar a investigação sobre a morte de mulheres durante a gravidez, o parto e o período pós-parto, de modo a gerar dados mais precisos sobre a mortalidade materna no país.

De acordo como Adson França, coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, a medida vai determinar o prazo de 90 dias para que municípios informem ao Ministério da Saúde a causa de morte de mulheres em idade fértil, de 14 a 49 anos.

Segundo ele, atualmente os motivos exatos que levaram à morte das mulheres nem sempre são conhecidos, já que muitas vezes os atestados de óbito são preenchidos erroneamente pelos médicos.

“Nós médicos, colocamos [no atestado] quando uma mulher morre, parada cárdio-respiratória, por exemplo, ou falência múltipla dos órgãos. Mas é claro que qualquer pessoa para morrer tem que ter parada cárdio-respiratória. Então o correto é investigarmos se essa mulher estava grávida, se morreu no momento do parto, em complicações por aborto ou imediatamente no pós-parto”.

De acordo com o coordenador um estudo apontou pelo menos 1.500 mortes ligadas que haviam sido atribuídas a parada cárdio-respiratória. As informações corretas vão servir de base para que o Ministério da Saúde ajude as secretarias estaduais e municipais de Saúde e as equipes do Programa Saúde da Família a enfrentar a mortalidade materna, responsável pela morte de duas mil mulheres a cada ano no país.

O coordenador informou que, nos últimos anos, uma série de ações vêm sendo realizadas pelo ministério para humanizar o atendimento obstétrico e o parto. Entre elas está a qualificação de 1.800 ginecologistas, pediatras e enfermeiras de 451 maternidades nas 27 unidades da Federação e a criação do Programa Nacional em Defesa do Parto Natural, lançado na semana passada para desestimular as cesarianas desnecessárias, que podem aumentar o risco de morte para a gestante.


Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

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