Saúde

Paciente com novo coração celebra missa para agradecer à mãe do doador
11-03-2008 12:08

Exatamente depois de um ano ter feito um transplante de coração, Estrugildo Hannemann, 58 anos, promoveu uma missa na manhã de domingo (09) na capela Divino Espírito Santo, em São José dos Pinhais. O objetivo do evento foi agradecer à mãe do jovem que doou o coração, Denise Almeida. Hannemann convidou para a mesma cerimônia outras quatro pessoas que receberam outros órgãos do filho de Denise – dois rins e duas córneas.

Hannemann declarou que gostaria de fazer esse encontro para conhecer de perto as pessoas que deram uma nova vida a ele. “A intenção é agradecer a família do doador por ter proporcionado a doação e ter feito que com todas as pessoas que receberam os órgãos pudessem ter melhores condições de vida”, disse. Hannemann contou ainda que com o novo coração até já voltou a fazer atividades físicas.

Denise de Paula conta que não tinha conversado com o filho sobre a possibilidade de transplantes de órgãos e que após a constatação da morte do filho foi consultada pelos médicos do hospital sobre a doação e aceitou fazer a retirada dos órgãos. “Não tinha pensado nisso. Também não cheguei a falar com ele sobre esse assunto. Agora sei que meu filho está em cada pessoa que recebeu seus órgãos. É muito gratificante saber disso e formar uma família com cada pessoa que recebeu o transplante. Houve uma mudança em minha vida após a doação”, disse.

A professora de Arapongas, Francini Percineto Poliseli Correa, de 36 anos, foi uma das outras receptoras dos órgãos doados pela família de Denise. Francini aguardou cerca de um ano para receber uma córnea. “Como sou professora, essa doação foi importante para mim também na vida profissional. Foi uma bondade muito grande dos familiares do jovem que se acidentou”, conta. Francini disse também que quando seu pai morreu, a família também optou pela doação dos órgãos.

Outra pessoa que foi beneficiada com a doação de órgãos do mesmo rapaz foi a moradora de Clevelândia, Adniran Metzen. Após passar sete anos fazendo hemodiálise, ela recebeu um dos rins e neste evento foi a primeira vez que se encontrou com a família do doador. Como todo transplantado, ela diz que recebeu outra vida de volta. “Quando se doam órgãos, não se sabe quem irá receber. Sabe-se somente que a pessoa será muito grata pelo gesto de solidariedade. É fazer um bem sem saber para quem está se fazendo esse bem”, disse.

TRANSPLANTES – O número de transplantes de órgãos realizados no Paraná, em 2007, cresceu 39% em relação ao ano passado. Em 2006 foram 949 procedimentos, contra 1.314 no ano seguinte.

Em 2007, foi assinada a resolução número 469, que prevê novas normas e exigências, complementares às do Ministério da Saúde, para autorizar ou renovar o credenciamento dos estabelecimentos de saúde na área de transplantes de órgãos. O Paraná é o único estado do país a criar normas complementares desse tipo.

AEN
Foto Divulgação
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