Saúde

Paraná lidera aplicação de flúor na água tratada
17-10-2008 18:04

A Sanepar completa segunda-feira (20) 50 anos do início do processo de fluoretação no Paraná. Em 1958 a Estação de Tratamento de Água do Tarumã, em Curitiba, começou o abastecimento público com adição de flúor, o método coletivo mais eficiente para o controle e prevenção da cárie dentária. A capital paranaense foi a primeira do Brasil a ter este benefício.

Segundo o Ministério da Saúde, o Paraná está em primeiro lugar na fluoretação da água tratada. O projeto de aplicação de flúor permitiu à Sanepar cumprir seu papel de gestora da saúde pública. A fluoretação possibilita, no mínimo, uma redução de 65% das cáries, desde que mantida a continuidade e a regularidade dos teores do produto na água.

Os investimentos mensais da Companhia na saúde bucal dos paranaenses ultrapassam R$ 650 mil. Estes custos englobam os produtos químicos, a operacionalização para aplicar o flúor nas unidades de tratamento e as análises realizadas nas estações e rede de distribuição. Atualmente a Sanepar realiza mensalmente cerca de 68 mil análises da água de flúor. Dessas, 52 mil são realizadas diretamente nas estações de tratamento e mais 16 mil análises na rede de distribuição de água. Essas análises atendem a Portaria nº 518, do Ministério da Saúde. Praticamente 100% da população do Estado recebe água tratada.

Na primeira década de fluoretação em Curitiba, uma pesquisa foi realizada com estudantes de 6 a 12 anos de idade, pelo Serviço de Higiene Dentária, do governo Estadual. Verificou-se a redução, em média, de 39.4% do índice de CPO-D (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados). Em 1992, uma nova avaliação foi feita pelo curso de pós-graduação em Odontologia Preventiva da UFPR, com escolares 6 a 9 anos. O resultado mostrou que em três décadas e meia de aplicação contínua da fluoretação a redução de CPO-D chegou a 75.4%.

Segundo o técnico-químico responsável pela vigilância e controle da qualidade da água da Sanepar, Edvaldo Kulcheski, hoje, depois de 50 anos de aplicação de flúor foi reduzido a zero o número de dentes cariados nas crianças nesta mesma faixa etária, de 6 a 9 anos. “Olhando para trás, vemos a força de vontade dos técnicos da Companhia. O trabalho deles permitiu à Sanepar cumprir seu papel na área da saúde pública, pois água é vida e saúde”, garantiu.

HISTÓRIA – No Paraná, a fluoretação começou quando o abastecimento público era atendido pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), vinculado à Secretaria de Viação e Obras do Estado. A partir de 1972 os sistemas estaduais foram assumidos pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) e somente em 24 de maio de 1974, pela Lei Federal n.º 6050, tornou-se obrigatória a fluoretação das águas de abastecimento em todo o território brasileiro. Lei regulamentada pelo Decreto Federal de n.º 76.872, de 22 de dezembro de 1975.

Entre 1962 e 1971, além da capital, mais cinco cidades passaram a ter suas águas fluoretadas: Cornélio Procópio (1962), União da Vitória e Maringá (1969), e Jacarezinho e Umuarama (1971). Até o final da década de 70 mais dez sistemas de abastecimento foram contemplados: Londrina (1972), São José dos Pinhais (1974), Telêmaco Borba (1977), Pinhais (1978), Primeiro de Maio, Paranavaí, Colombo e Bela Vista do Paraíso (1979).

Nos anos 80 foram mais 148 sistemas e, dez anos depois, mais 207. Ao todo, atualmente, a Sanepar mantém a fluoretação em 464 sistemas. A Sanepar atende 344 dos 399 municípios do Paraná.

MÉTODO – A Sanepar utiliza mensalmente para a fluoretação da água 96 toneladas de fluossilicato de sódio e 37 toneladas de ácido fluossilicico. Até 1979, a aplicação do fluossilicato de sódio era efetuada por meio de dosadores a seco – volumétrico, de alto custo e que exigiam manutenção constante. A partir de 1980 técnicos da própria Companhia desenvolveram dosadores por via úmida.

Também conhecidos por saturadores cilíndricos, estes equipamentos permitiram uma maior facilidade operacional, pois quase não exigem manutenção e o custo é inferior aos outros tipos de dosadores.

Outro método que também passou a ser utilizado foi a solução saturada e aplicada através de bombas dosadoras. Para atender às necessidades de fluoretação das pequenas comunidades, também foram desenvolvidas tecnologias alternativas para dosagem e controle do residual de fluoretos na água, visando agilizar e reduzir os custos de implantação.


Agência Estadual de Notícias
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