Saúde

Paraná realiza 2,6 mil testes de aids em 10 dias de campanha
25-09-2008 19:39

Desde o início da campanha de mobilização “Fique Sabendo” para testes anti-HIV, iniciada há 10 dias, 2.676 paranaenses já realizaram o procedimento de identificação do vírus. A expectativa é que cerca de 1% da população procure as unidades de saúde para a realização do teste, cujos resultados até o momento, ainda parciais, identificaram 17 resultados positivos. A quantidade está dentro da estatística prevista pela Secretaria de Saúde, estima que haja até 20 mil pessoas no Estado que desconhecem sua condição sorológica. O levantamento corresponde apenas a nove regionais de saúde dos Estado.

“Continuamos insistindo para que a população procure as unidades de saúde e realizem o teste. Os resultados apresentados até o momento nos mostram que há realmente pessoas que desconhecem sua condição sorológica. Lembramos que o diagnóstico precoce é a melhor arma contra a doença” ressalta, Gilberto Martin, secretário estadual de Saúde.

Para Denise Serafim, assessora técnica do programa nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, a procura tem apresentado resultados satisfatórios. “Percebemos uma busca favorável pelo teste até o momento. A campanha está atingindo o objetivo desejado”, relata. Já Francisco dos Santos, coordenador do programa de DST/Aids da Secretaria de Saúde, afirma que a expectativa era de que adolescentes entre 13 e 19 anos representem a maior parcela interessada na realização do teste.

“Dados epidemiológicos comprovam que nessa faixa etária é que ocorre a maior parte das contaminações, principalmente em meninas. O fato se dá em função de que nessa idade eles não têm consciência da gravidade da doença. Muitos deles não se previnem adequadamente e não procuram ajuda em caso de suspeita de contaminação. Conseqüentemente o diagnóstico acaba sendo tardio quando já se encontram com a saúde debilitada”, explica Francisco.

Os resultados revelaram, no entanto, que a procura nessa idade não foi tão grande quanto o esperado, com apenas 198 procedimentos registrados, mas nenhum deles apresentou resultado positivo. “Para evitar o aumento de incidência da doença na adolescência, a Secretaria tem buscado investir em programas e parcerias que realizem um trabalho de prevenção e conscientização especificamente voltada a esse público”, acrescenta Wilsa Regina Amaral, técnica de vigilância epidemiológica.

Denise Serafim explica que é preciso realizar um trabalho constante entre adolescentes e jovens, encorajando-os com relação a um assunto delicado como é a aids. “A campanha de mobilização é apenas mais uma estratégia do Ministério da Saúde a fim de alcançar esse público e os estimular a procurarem os testes e se prevenir contra a doença”, completa.

Mulheres interessadas - A maior procura pelos testes se deu na faixa etária entre 20 e 39 anos. Esse público foi responsável por 1462 dos 2676 testes realizados. As mulheres foram as que mais procuraram o teste, representando 64 %. Nessa mesma faixa etária é que se concentraram 12 dos 17 testes HIV positivo identificado: 8 do sexo masculino e 4 feminino.

“Nessa idade, a população já está mais consciente dos riscos provenientes da aids e procuram conhecer sua condição sorológica. A maior parte daqueles que apresentam resultados positivos é contaminada durante a adolescência, mas só bem mais tarde descobrem que são portadores da doença”, destaca Francisco dos Santos.

Os outros cinco portadores identificados ocorreram na faixa etária acima de 40 anos. Dois homens e 3 mulheres apresentaram HIV positivo. Essa população corresponde a 559 dos testes aplicados nesses 10 dias. O restante dos testes, foram aplicados em gestantes, totalizando 47 procedimentos, todos negativos.

Desistência - Através do levantamento apresentado, foi possível observar que cerca de 105 pessoas desistiram do teste. Essa parcela da população não completou o procedimento, participando apenas do pré-teste. Nessa etapa, profissionais de saúde ministram explicações sobre a Aids, quais as formas de contaminação e prevenção da doença bem como qual a forma de lidar com ela.

Dos 2646 atendidos, 2379 foram submetidos ao teste rápido e 267 ao convencional. Após a realização, todos foram encaminhados ao pós-teste. Nesse momento, os indivíduos que passaram pelo teste são orientados em função da sua condição sorológica.

“Os que apresentam resultado positivo são aconselhados individualmente por profissionais de saúde a fazerem o controle da doença. Já em caso de sorologia negativa, o indivíduo participa de uma palestra que reforça o que deve ser feito para manter essa condição sorológica. Na palestra é reforçado as formas de prevenção e aconselha-se que as pessoas evitem se envolver em condições consideradas de risco”, explica Wilsa.

A campanha de mobilização segue até dia 15 de outubro em todo Estado. Aqueles que desejam realizar o teste devem procurar uma unidade de saúde que esteja participando da mobilização no site www.saude.pr.gov.br.. Qualquer pessoa que tenha sido exposta a situação de risco, tais como, compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, ou ter mantido relações sexuais sem o uso de preservativo devem procurar o teste. Através dele é possível descobrir mais cedo que é portador do vírus, o que proporciona o acesso mais cedo ao tratamento e conseqüentemente garante melhor qualidade de vida ao portador de HIV positivo.

Doença – O primeiro caso confirmado no Brasil ocorreu em 1980 e no Paraná em 1984. A aids se manifesta após a infecção do organismo pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O vírus destrói os linfócitos – células que fazem a defesa de organismo. Com isso, a pessoa com HIV torna-se vulnerável a doenças oportunistas.

O indivíduo infectado pode ficar até 10 anos sem manifestar sintomas, o que facilita a transmissão involuntária. A principal forma de prevenção é evitar situações de risco, como manter relação sexual sem o uso do preservativo e compartilhar agulhas e seringas.


Agência Estadual de Notícias
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