Saúde

Pesquisas geram alimentos com melhor qualidade nutricional
02-07-2009 14:10

Alguns dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros, como a mandioca, a batata-doce, o arroz, o feijão, o milho e o trigo, já apresentam em sua composição os benefícios dos resultados dos programas de melhoramento em busca de uma melhor qualidade nutricional.

A cultivar de mandioca Jari, por exemplo, lançada em junho por duas Unidades da Embrapa – Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas-BA) e Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE) – apresenta maiores teores de betacaroteno (precursor da vitamina A), micronutriente importante para a manutenção da saúde dos olhos.

Para a cultura do milho, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) estão investindo na avaliação de uma linhagem com até quatro vezes mais carotenóides precursores da vitamina A que os encontrados em cultivares comuns. Esta linhagem, segundo o pesquisador Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, apresenta valores médios de pró-vitamina A da ordem de 7,6 microgramas/grama, enquanto as 20% melhores espigas apresentaram valores médios de 9,2 microgramas/grama nas últimas avaliações. "Estes valores são, respectivamente, cerca de 3,5 e 4,2 vezes maiores que os encontrados em milho de grãos amarelos", relata o pesquisador.

Segundo ele, se as avaliações quanto aos desempenhos agronômico e nutricional forem satisfatórios, esta cultivar poderá ser lançada a partir de 2010. Mesmo apresentando altos teores de pró-vitamina A – as melhores espigas atingiram valores de 9,2 microgramas/grama – o milho, para ser considerado pelos pesquisadores como biofortificado, precisa apresentar teores de, no mínimo, 15 microgramas/grama. “O material obtido dos cruzamentos na Embrapa Milho e Sorgo já possui cerca de 10ug destas substâncias por grama do grão. Estamos trabalhando para alcançarmos a quantidade alvo”, completa a cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes.

De acordo com ela, caso se obtenha sucesso na fase de desenvolvimento de uma cultivar biofortificada, começa então a fase de realização de testes biológicos. “Até 2010, o método in vitro para a avaliação da biodisponibilidade de carotenóides precursores da pró-vitamina A deverá ser implementado em nossos laboratórios”, antecipa. Após essa etapa, a eficiência da cultivar biofortificada em disponibilizar a vitamina A é testada em animais, quando um maior volume da nova cultivar tiver sido disponibilizado pela equipe de melhoramento genético. A previsão para o início dos testes de biodisponibilidade em animais, segundo a cientista, é 2011.

Guilherme Ferreira Viana
Embrapa Milho e Sorgo
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