Saúde

Programa Nacional de Imunização completa 35 anos e torna-se referência internacional
24-09-2008 15:24

Quem tem entre idade entre os 20 e 30 anos deve se lembrar de uma simpática figura, toda de branco e com cabeça em forma de gota, que visitava os bairros juntamente com equipes de saúde aplicando vacina contra a paralisia infantil em crianças. Trata-se do Zé Gotinha, a figura que marcou a história do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que em setembro completa 35 anos de história.

O PNI é um grande programa do Ministério da Saúde, responsável pela prevenção de doenças imunopreviníveis com o propósito de controle, eliminação e erradicação de doenças em todo Brasil. O programa tornou-se -se referência internacional em imunização. No Paraná, o sucesso dos resultados deve-se ao trabalho ininterrupto e contínuo da Secretaria Estadual de Saúde em parceria com os municípios, divulgando, informando e vacinando a população.

“O programa contribuiu para os avanços que a saúde publica vêm vivenciando no decorrer desses 35 anos. Além disso, participou incisivamente na diminuição da mortalidade infantil e foi responsável pela descentralização das ações de imunizações que resultou na organização dos serviços de saúde nas unidades municipais”, disse o secretário da saúde, Gilberto Martin.

Ele lembra que o Paraná foi pioneiro no processo da erradicação da poliomielite, deflagrando a campanha em janeiro e março de 1980, que se estendeu para os demais estados do Brasil. A mesma iniciativa ocorreu com a campanha contra o sarampo em 1987, que mobilizou todo o País e está avançando para o mundo. Através das vacinas também foram controladas doenças como o tétano, difteria, coqueluche, hepatite B na faixa etária vacinada até 15 anos, caxumba, rubéola, raiva, meningite por haemophilus e influenza b, entre outras. Outra conquista se dá pelo avanço na eliminação do tétano neonatal e também da rubéola.

No estado, o programa de imunizações avançou em consonância à epidemiologia, que engloba a parceria com o Laboratório Central do Estado (LACEN), e hoje, colhem os frutos desse trabalho. Inês Vian, chefe do departamento de vigilância epidemiológica, participou do início desse processo e acredita na importância dessa ação. Para ela o maior desafio do programa foi transformar a cultura das pessoas.

“Era preciso mostrar a necessidade de vacinação para proteger a saúde das crianças. Foi necessário esforço e comprometimento para mudar a visão e comportamento das pessoas e dos profissionais de saúde sobre a importância da imunização. Utilizamos estratégias criativas para sensibilizar a população e conseguir a adesão delas”, relembra Inês.

Um exemplo atual dessas ações é a campanha nacional da Rubéola que vem sendo desenvolvida desde de agosto e pretende imunizar 95% da população de homens e mulheres entre 20 e 39 anos.

“O objetivo é eliminar a circulação do vírus até 2012 para proteger especialmente as gestantes da doença e conseqüentemente evitar que o feto se infecte e desenvolva a Síndrome da Rubéola Congênita que pode acarretar uma série de comprometimentos permanentes para a criança”, destaca Beatriz Bastos Thiel, coordenadora da divisão do programa de imunizações.

Neste ano, além da Campanha da Rubéola em adultos, foi feita a vacinação contra poliomielite para crianças de até quatro anos e contra a gripe, na população acima de 60 anos. Independente das campanhas, a maioria destas vacinas está disponível o ano todo nos postos de vacinação dos municípios,

“Em função disso não temos no estado casos de pólio desde 1984. Da mesma forma, o último caso de sarampo ocorreu em 1999. A vigilância deve manter-se ativa e atenta, considerando que a poliomielite, o sarampo e a rubéola ainda são endêmicas em vários países no mundo”, afirmou Nilce Haida, chefe da divisão de vigilância de doenças transmissíveis.

De acordo com Inês Vian, a manutenção dos altos índices de cobertura vacinal é um trabalho contínuo que não pode parar. “Não podemos relaxar em função dos bons resultados que já conquistamos. Pelo contrário, precisamos nos manter atentos aos casos, surtos e epidemias que ocorrem em outro”.

O PNI recebeu reconhecimento da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde pelas vitórias alcançadas. Em 1994, por exemplo, o programa foi reconhecido internacionalmente pela eliminação da poliomielite e controle do Sarampo no país. Também é mérito do PNI a constante redução de casos de tuberculose, hanseníase, tétano, coqueluche, difteria, rubéola e caxumba.


Agência Estadual de Notícias
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