Saúde

Quem já tomou vacina contra a rubéola ou teve a doença deve ser imunizado normalmente
27-08-2008 19:30

O fato de uma pessoa ter sido vacinada ou já ter sido contaminada pela rubéola não impede que ela seja vacinada, todas as pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos devem ser imunizadas. Iniciada dia 9 de agosto, a campanha se estende até o dia 12 de setembro e tem como meta vacinar 95% da população paranaense nesta faixa etária. Ao todo, são 3,5 milhões de paranaenses. “Não há outra forma de erradicar a circulação do vírus que não seja a vacinação. Por isso fazemos este apelo, para que as pessoas procurem uma unidade de saúde e sejam imunizadas”, diz o secretário da Saúde, Gilberto Martin.

De acordo com ele, a síndrome da Rubéola Congênita, que acomete as gestantes, gera prejuízos à mãe e principalmente ao bebê. O recém-nascido pode ter problemas de catarata, glaucoma, surdez, cardiopatias, baixo peso e diversos tipos de deficiência que se acumulam durante a vida toda.

Em 2007, ocorreram 63 casos. Sendo 46 em população masculina, 91,30% deles na faixa etária de 20 a 39 anos. Durante aquele mesmo ano, houve um registro de caso em gestante que, felizmente, evoluiu para o nascimento sem seqüelas.

DÚVIDAS – Uma parcela da população ainda tem dúvidas com relação à campanha de vacinação. Uma das mais freqüentes é se durante a gravidez pode-se tomar a vacina. “Não. A gestante não deve ser vacinada. Caso ocorra da mulher vacinada descobrir que estava grávida após a aplicação da dose o procedimento adotado é a notificação do caso na unidade de saúde e o acompanhamento médico/clínico. Entretanto, não há histórico de mulheres que tomaram a vacina durante a gravidez e que apresentaram má-formação no feto”, explica a consultora estadual de doenças exantemáticas (causadas por vírus) da Secretaria, Gisleine Zanoni Carvalho. Nesta campanha, no Estado, 17 gestantes encontram-se nessa situação.

A partir do momento em que a pessoa é vacinada com vírus vivo atenuado, o organismo começa a responder com a produção de anticorpos, fator que é intensificado após o quinto dia pós vacina.

Outra dúvida comum é com relação ao local ideal para aplicação da vacina. Segundo Gisleine, cada vacina segue convenções (critérios) pré-estabelecidas. Na rubéola, ficou determinado que a aplicação deve ser realizada no braço ou no antebraço. “Isso facilita o andamento da campanha, já que se trata de uma campanha destinada a adultos e que ocorre normalmente em locais públicos, sem privacidade”, justifica.

Sobre o número de vezes que a vacina deve ser aplicada, Gislaine lembra que em 2006 uma portaria do Ministério da Saúde instituiu que a vacina da rubéola deve ser aplicada em duas doses. “Quem já teve a doença deve tomar a vacina porque pode ter uma reinfecção que muitas vezes é assintomática (sem sintomas aparentes), mas que possibilita a transmissão do vírus”, destaca.

Outro fator que faz com que seja importante a vacinação contínua é que “5% da população não reage ao estímulo da vacina e poderá portar o vírus e transmiti-lo para a população desprotegida”.

SANGUE – Para garantir o estoque de sangue no Estado, a coordenação do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) e dos hemonúcleos recomendaram os doadores efetivos para que tomem a vacina somente após a doação de sangue. “Paralelo à organização da campanha de vacinação, buscamos realizar uma divulgação aos nossos doadores. Existe um período de 30 dias de inaptidão que impede a doação de sangue por quem recebeu a vacina, isso para evitar que o vírus atenuado cause possíveis danos a pessoas com sistema imunológico debilitado” destaca Lucia Helena Mainardes Rehme, assistente social do hemonúcleo de Apucarana.

Em exames de sangue realizados para detectar problemas de saúde a vacina não altera resultados.

Já pessoas em tratamento quimioterápico, HIV+ e transplantados de medula óssea – cuja cirurgia tenha sido realizada há menos de dois anos – recomenda-se consultar um médico antes da aplicação da dose, uma vez que nessas situações o organismo fica com baixa imunidade.

RESISTÊNCIA - De acordo com o secretário Gilberto Martin, ainda há uma certa resistência com relação à vacina. “Muitos adultos ainda associam vacina com criança. Entretanto, neste ano, com duas campanhas de vacinação (pólio e rubéola) sendo desenvolvidas juntas, temos a possibilidade de trabalhar a idéia de que todos devem se prevenir. A vacina é para a família. E a necessidade de vacinação não é só da pessoa que recebe a vacina, mas de todo um conjunto, uma vez que qualquer pessoa – independente do sexo – pode manifestar a doença e transmitir ao demais”, explica Martin.

ALEMANHA – A designer Priscila Eger (30), que viveu 13 anos na Alemanha, disse que lá fez na escola a pesquisa de imunidade – um exame de sangue para detectar a quantidade de anticorpos. “Os que possuíam índices baixos tinham que tomar a vacina, para os demais não era obrigatório a vacinação”, comenta.

Priscila lembra que teve o segundo índice mais alto de anticorpos. Nesse período, teve um surto na sala e todos os colegas pegaram rubéola, mas ela não desenvolveu a doença.

De acordo com Gisleine, no Brasil, esse tipo de teste é realizado durante o acompanhamento de gestante pela Secretaria Municipal de Saúde e também de recém-nascido com suspeita da doença.

Ela acrescenta ainda que “em países que registram índices elevados de desnutrição há maior preocupação com a cobertura vacinal, uma vez que o sistema imunológico dessa população é frágil e por isso oferece mais riscos quando acometidos por determinadas doenças”.


Agência Estadual de Notícias
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado