Saúde

Secretaria da Saúde divulga novo boletim sobre a Influenza A (H1N1)
06-05-2009 13:02

A Secretaria estadual da Saúde divulgou na tarde desta terça-feira (5) a terceira edição do boletim epidemiológico com informações sobre a Influenza A (H1N1).

As novidades apresentadas são o descarte laboratorial dos dois casos que constavam como suspeito e em monitoramento no boletim anterior, além da inclusão de dois novos casos suspeitos.

Um, por sua vez, é de uma mulher que reside em um dos municípios da 15ª Regional de Saúde, com sede em Maringá. A paciente retornou de viagem de um dos países afetados pela doença e apresenta alguns sintomas, como tosse e febre acima de 38º. O outro está na Regional de Curitiba, chegou de país afetado e está internado, pois apresenta febre e tosse.

Gripe A (H1N1)

1. Informações gerais sobre a doença

É uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. O quadro clássico tem inicio abrupto com febre, mialgia (dores musculares e articulações) e tosse seca.

É um vírus RNA e subdivide-se em três tipos: A, B e C de acordo com sua diversidade antigênica. Os dois primeiros, principalmente os vírus influenza A, são altamente transmissíveis e mutáveis.

Os vírus influenza tipo “A” são encontrados em várias espécies animais, sendo as aves aquáticas silvestres seu principal reservatório. O tipo “A” é o responsável pelas pandemias periódicas de influenza com início na forma zoonótica, a partir de aves e suínos, e posterior adaptação para transmissão interhumana, como as pandemias ocorridas nos anos de 1918, 1957 e 1968 no século XX.

O principal modo de transmissão é o contágio mediato por aerossóis primários. A transmissão também pode ocorrer por contato com secreções nasofaríngeanas, daí a importância da lavagem adequada de mãos para o controle da doença. Eventualmente também pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de pequenas partículas residuais dessecadas, que podem ser levadas a distâncias maiores.

A influenza tem altas taxas de ataque, disseminando-se rapidamente na comunidade e em ambientes fechados.

O período de incubação varia entre um a sete dias com um período de transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas.


Quadro 1- Níveis de alerta para influenza pandêmica segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Período Fases Nível de alerta
Interpandêmico 1-3 A fase 3 significa transmissão predominantemente zoonótica com poucos casos humanos.
Alerta pandêmico 4 Transmissão interhumana sustentada indicando adaptação do vírus para transmissão pessoa a pessoa.
Alerta pandêmico 5 Ampla dispersão da infecção em pelo menos dois paises. Na fase 5 há um forte indicativo de pandemia iminente.
Pandêmico 6 A fase 6 corresponde a fase pandêmica propriamente dita.
Pós – pandêmica 7 Possíveis eventos recorrentes, surtos epidêmicos.



Definições

1- Casos suspeitos:
- Apresentar febre alta de maneira repentina (> 38ºC) E tosse podendo estar acompanhadas de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dificuldade respiratória E
- Ter apresentado sintomas até 10 dias após chegar do exterior OU
- Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada
como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de Influenza
A(H1N1).

Observação: é entendido como contato próximo o indivíduo que cuida, convive ou teve contato direto com secreções respiratórias ou fluídos corporais do caso suspeito.

2- Caso em monitoramento:
São considerados casos em monitoramento aqueles:
A) Procedentes de país (es) afetado (s), com febre não medida e tosse, podendo ou não estar acompanhada dos demais sintomas referidos na definição de caso suspeito OU
B) Viajantes procedentes de vôos internacionais, nos últimos 10 dias, de país (es) não afetado (s) e apresentando sintomas de acordo com a definição de caso suspeito. E/ou aqueles casos que não preenchem na íntegra o critério do Ministério da Saúde, mas o Estado entende como importante para inserção no monitoramento.

3- Casos confirmados em laboratório:
Todos os casos suspeitos confirmados laboratorialmente.

4- Casos descartados:
Todos os casos descartados por critérios clínicos e epidemiológicos e/ou laboratoriais.


Situação epidemiológica no Paraná conforme dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde.

Quadro 2 - Situação epidemiológica no Paraná.

Número Regional de Saúde Monitorado Suspeito Confirmado Descartado
1 2ª (Curitiba) - 01 - 11
2 10ª (Cascavel) - 00 - 01
3 15ª (Maringá) - 01 - -

Total - 02 - 12

Casos descartados
· 5 casos foram descartados por exames laboratoriais.
· 7 casos foram descartados por critérios clínicos.

Fonte: CIEVS/DECA/SESA-PR
Observações: 1. Dados consolidados em 05/05/09 às 18h.
2. Eventuais divergências em relação aos dados do MS poderão ocorrer devido a maior velocidade de obtenção de informações pela Secretaria de Saúde do Paraná (SESA). O período entre a consolidação dos dados da Secretaria e do Ministério da Saúde pode variar entre algumas horas e até mesmo, dias. Todavia, todas as informações descritas acima já foram notificadas ao Ministério.

Para a situação epidemiológica no Brasil e no mundo acompanhar também o boletim produzido pelo Ministério da Saúde, enviado juntamente com este informativo ou pelo endereço: www.saude.gov.br/svs

Medicamento

O Ministério da Saúde divulgou que, com muito critério, será utilizado para o tratamento dos pacientes graves com a influenza A o medicamento “Tamiflu”. O controle do estoque é feito pelo próprio Ministério da Saúde, que enviará doses para estes tratamentos de maneira paulatina para as Secretarias Estaduais de Saúde conforme demanda apresentada.

Contudo, o uso medicamentoso será tratado com extremo rigor, não apenas pela possibilidade de efeitos colaterais do uso indiscriminado do referido remédio, mas principalmente pela capacidade de adaptação do vírus, o que pode gerar resistência do vírus para com o medicamento, perdendo a sua eficácia.


Ações do Governo do Estado

Desde que houve o primeiro comunicado da existência da Influenza A, a Secretaria da Saúde se pôs em estado de alerta, se reunindo constantemente.


DATA HORÁRIO ATIVIDADES
Domingo 26 abril 17 horas Reunião técnica da Secretaria da Saúde (SESA) com a Superintendência de Vigilância em Saúde, CIEVS, LACEN e CEMEPAR.
Segunda 27 abril 11 horas Reunião da área técnica com o Secretário da Saúde, Gilberto Martin.
Segunda 27 abril 16 horas Reunião intersetorial na SESA com Defesa Civil, ABIN, Exército, SEAB, ANVISA, COSEMS, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e INFRAERO.
Terça 28 abril 08 horas Primeira reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A
Terça 28 abril 14 horas Entrevista Coletiva com o Secretário da Saúde, para exposição da situação a população paranaense, por meio dos veículos de comunicação.
Terça 28 abril 16 horas Contato com todas as Regionais de Saúde para orientações quanto a demanda de informações.
Terça 28 abril 17 horas Apresentação do panorama da Influenza A para os servidores da Secretaria da Saúde em Curitiba.
Quarta 29 abril 08 horas Realizada a segunda reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A
Quarta 29 abril 10h às 19h 1) Atualização do Plano de Contingência2) Elaboração da Minuta da Resolução para constituição formal da Comissão Permanente;3) Estabelecimento do fluxo de atendimento e notificação de casos.
Quinta 30 abril 08 horas Realizada a terceira reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A
Quinta 30 abril 08 horas Conclusão de:1) Atualização do Plano de Contingência;2) Elaboração da Minuta da Resolução para constituição formal da Comissão Permanente;3) Estabelecimento do fluxo de atendimento e notificação de casos.
Quinta 30 abril 09 horas Reunião na Associação Brasileira de Inteligência (ABIN)
Quinta 30 abril 11 horas Informação para o Congresso realizado pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa.
Quinta 30 abril 14 horas Reunião com os Conselhos de Classes e Organizações da área de Saúde: CRM, Associação Médica, COREN, ABEN, CRF, FEHOSPAR, FEMIPA, Federação da UNIMEDS, Ministério Público, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, APARCIH, HC, HTE, HU/Londrina.
Quinta 30 abril 17 horas Disponibilização na internet, por meio do site www.saude.pr.gov.br, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DE UMA PANDEMIA DE INFLUENZA
Quinta 30 abril 18 horas Envio do memorando as 22 Regionais de Saúde, convocando para treinamento: diretores das Regionais, técnicos dos setores de epidemiologia das regionais e municípios sedes das regionais e técnicos dos hospitais de referência (+/- 30), prevista para os dias 05 e 06 de maio em Curitiba.
Quinta 30 abril 19 horas Composta escala de Motoristas de Sobreaviso, em cada uma das 22 Regionais de Saúde, para eventual transporte de pacientes, coletas etc.
Quinta 30 abril 17 horas Recebimento de vinte (20) tratamentos de Tamiflu, enviados pelo Ministério da Saúde.
Quinta 30 abril 21 horas Reunião com DG, SVS, CIEVS e Comunicação Social da SESA.
Sexta 01 maio 8h às 11h Produção de documentos informativos para entidades.
Sexta 01 maio 11h às 16h Reunião do grupo técnico com o Secretário da Saúde para análise do panorama no estado.
Sexta 01 maio 16h às 21h Monitoramento da situação epidemiológica mundial, nacional e estadual.
Sábado 02 maio 7h às 21h Monitoramento da situação epidemiológica mundial, nacional e estadual.
Domingo 03 maio 7h às 21h Monitoramento da situação epidemiológica mundial, nacional e estadual.
Segunda 04 maio 8h ás 10h Reunião do grupo técnico para análise da situação no Estado.
Segunda 04 maio 15h às 17h Reunião intersetorial na SESA com Defesa Civil, ABIN, Exército, SEAB, ANVISA, COSEMS, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e INFRAERO. Entrevista Coletiva com a imprensa.
Terça 05 maio 8h às 18h Oficina de trabalho para enfrentamento da Influenza A(H1N1)




Serviços de referência

O Paraná conta com quatro hospitais de referência para atendimento de pacientes que necessitem de internação: Hospital do trabalhador, Hospital de Clínicas, Costa Cavalcanti de Foz do Iguaçu e Hospital Universitário de Londrina, que juntos somam 28 leitos.

O Estado também está organizando uma rede de retaguarda que estabelece no mínimo um hospital de referência (que atende pelo SUS) para cada uma das 22 Regionais de Saúde do Estado.

Isolamento dos pacientes
Os pacientes com suspeita de gripe A (H1N1) devem ser isolados para evitar uma possível transmissão para outros indivíduos. Contudo, não há a necessidade, conforme normas técnicas, de que seja feita apenas em hospitais de referência. O isolamento, galgado em normas técnicas, pode ser feito em qualquer um dos hospitais. Qualquer afirmação contrária a esta situação, contraria procedimentos técnicos baseados em critérios científicos.
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Perguntas frequentes:

A gripe A (H1N1), conhecida popularmente como “gripe suína”, mata?
Assim como qualquer outra gripe, pode matar. A letalidade média da influenza sazonal é de 0,5%, enquanto outras, mais virulentas, como a gripe aviária tem a letalidade de 50%. Contudo, ainda não há uma estatística precisa sobre a letalidade deste novo tipo de gripe. O motivo é que os óbitos, por enquanto, ocorreram apenas no México e as estatísticas não são seguras o suficiente para se afirmar que outros casos, menos sintomáticos, também estejam sendo registrados no País, o que diminuiria o atual índice de 6% de letalidade, que ainda não é confiável.

Qual o motivo da doença estar sendo repassada e preocupar tanto?
A gripe está sendo causada por uma variação do vírus A H1N1. Por este motivo, não há carga imunológica de proteção, como ocorre na maioria das doenças. Portanto, ela tem maior transmissibilidade já que o organismo não reconhece prontamente o vírus o que impede o sistema de defesas do corpo de agir contra a gripe.

Há vacina para gripe A (H1N1)?
Por ser um vírus novo, ainda não há uma vacina disponível para a doença. Também não há comprovação que a imunização contra a influenza tradicional seja eficaz para diminuir os problemas ocasionados pelo novo tipo de gripe.

Comer carne de porco transmite a doença?
Não, o vírus não consegue sobreviver a uma temperatura superior a 70 graus. Então a carne suína bem cozida, frita ou assada não traz nenhum risco de contaminação.

A Secretaria de Estado da Saúde solicita, encarecidamente, que os veículos de comunicação nos apóiem no sentido de divulgar a melhor e mais correta informação possível, dentro de critérios que procurem esclarecer e não apavorar a população. Sobretudo porque não há motivo para pânico.

Relatos chegaram até a Secretaria dando conta que veículos de comunicação estão utilizando o nome da Secretaria indevidamente para pescar informações com outras instituições. Além de não resolver o problema, este tipo de situação pode criar crises institucionais que em nada colaboram para a resolução do problema. Muito pelo contrário. Apenas vão prejudicar o andamento dos trabalhos e a unidade, tão necessária, em situações como esta.

Agência Estadual de Notícias
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