Saúde

Semelhança entre lagartas pode confundir população
10-04-2008 12:43

Nas últimas semanas Curitiba e região Metropolitana têm registrado a ocorrência de uma espécie de lagarta ou taturana urticante identificada como Dirphia sp. Encontrada em árvores que ornamentam as ruas, o inseto é parecido com outra lagarta, a Lonomia, já conhecida por seu veneno que pode levar à morte.

“Embora realmente sejam parecidas é necessário fazer a diferenciação de uma para outra. Enquanto a Dirphia pode causar queimaduras normais como qualquer taturana, a Lonomia pode causar hemorragia e, se não tratado, levar ao óbito”, alerta a chefe da Divisão de Zoonoses da Secretaria, Gisélia Rúbio.

A alimentação da Lonomia é preferencialmente folhas das árvores silvestres e algumas frutíferas como pêssego, ameixa, abacate, goiaba, maçã, manga, ariticum, e o período de alimentação é durante a noite. “Deve-se tomar cuidado, pois quando estão em grupo podem ser facilmente confundidas com o tronco”, alerta Gisélia, que também esclarece que normalmente as lagartas ficam nas partes mais baixas das árvores. Esse fato é apontado como a principal causa de acidentes.

“É importante olhar atentamente para as folhas e troncos das árvores, verificando a presença de folhas roídas, casulos ou pupas e fezes de lagartas. Além disso, sempre usar luvas quando for manipular troncos, árvores frutíferas ou em atividades de jardinagem”, avisa a bióloga da Secretaria.

A maior incidência desta lagarta ocorre nos meses quentes da Primavera e Verão, principalmente no meio rural e eventualmente nas áreas urbanas. Segundo a chefe da Divisão de Zoonoses da Secretaria, Gisélia Rúbio, nas regiões mais quentes, como Norte Velho e região de Londrina, são encontradas durante o ano todo.

De acordo com ela, a Dirphia pode medir até 10 cm e possui grandes espinhos em forma de um pinheirinho, com tonalidade verde claro. Andam solitariamente ou em pequenos grupos em tronco de árvores e são mais comuns em ambientes urbanos.

A Lonomia, por sua vez, mede no máximo 7cm e a sua coloração tende a ser mais marrom, com tons levemente esverdeados com três listras ao longo do corpo de cor castanho-escuro e com espinhos em forma de pinheirinho verde mais claro que o corpo. Podem ser encontradas em grupos de seis a sete lagartas até o mais freqüente em grandes colônias com dezenas ou até centenas de lagartas. Dificilmente estão sozinhas. São encontradas mais em áreas rurais ou em áreas urbanas com proximidade da mata nativa.

Assim como todas as lagartas urticantes, como a Dirphia, a Lonomia pode causar dermatite de contato (com dor em queimação, coceira e inchaço). A diferença é que o contato direto com a Lonomia pode evoluir para envenenamento com hemorragias.

De acordo com Gisélia, as equipes de vigilância devem ser avisadas quando colônias suspeitas de Lonomia são encontradas para que sejam identificadas, coletadas e enviadas ao Instituto Butantan, em São Paulo, para produção de soro antilonomia. “Em caso de acidente, a pessoa deve coletar o animal e levá-lo junto a uma unidade de saúde. É importante também que nestes casos a pessoa não utilize nenhum produto caseiro para aliviar a dor, pois pode agravar o quadro”, disse Gisélia.

BOX:

A população poderá coletar com segurança um exemplar de lagarta para identificação e levar aos seguintes locais:
· Centro de Controle de Envenenamentos de Curitiba, junto ao Pronto Atendimento de adulto no Hospital de Clínicas de Curitiba (24h todos os dias da semana).
· Secretaria de Estado da Saúde, Rua Piquiri, 170, Rebouças, 1º andar, Divisão de Zoonoses e Intoxicações.
· Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, R. Francisco Torres, 830, próximo ao Mercado Municipal, 1º andar.
· Unidades de Saúde dos municípios.
· Distritos Sanitários.
· Centro de Controle de Zoonoses de Curitiba, R. Ludovico Kaminski, s/nº, CIC, próximo ao terminal do Caiúa.
· Centro de Controle de Zoonoses de Pinhais, R. Alto Paraná, 1789, Bairro Emiliano Perneta, Pinhais.
· Centro de Controle de Zoonoses de São José dos Pinhais, R. José Nogueira, 406, Bairro São Francisco, São José dos Pinhais.
· Museu de História Natural, R. Prof Benedito Conceição, 407, Setor de Entomologia, Capão de Imbúia.
· Outra opção é fotografar e enviar para os e-mails giselia@pr.gov.br ou cce@sesa.pr.gov.br


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Foto: SESA
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